Autor(a): Margaret Atwood
Editora: Intrínseca
Páginas: 448
Ano de publicação: 2019
Compre através deste link.
O conto da aia, a obra-prima distópica de Margaret Atwood, tornou-se um clássico de nossos tempos. E agora a autora oferece a seus leitores a sua aguardada e surpreendente continuação.QUINZE ANOS APÓS os eventos de O conto da aia, o regime teocrático da República de Gilead aparentemente se mantém firme no poder, mesmo após as sucessivas tentativas de insurgência. Mas há sinais de que suas engrenagens começam a se deteriorar.Nesse momento crucial da história política do país, as vidas de três mulheres radicalmente diferentes convergem, e as consequências deste encontro poderão ser explosivas. Duas delas cresceram em lados opostos da fronteira: uma em Gilead, criada em meio a privilégios como filha de um importante Comandante, e outra no Canadá, onde frequenta a escola, trabalha na loja dos pais, participa de protestos anti-Gilead e assiste na TV às notícias sobre seus horrores. Os testamentos dessas duas jovens, que fazem parte da primeira geração a chegar à idade adulta nessa nova ordem mundial, são entrelaçados por uma terceira voz: o revelador manuscrito de uma das executoras do regime, uma mulher que exerce sua autoridade implacável por meio do acúmulo e da manipulação de segredos de Estado que podem ameaçar todas as estruturas do poder. Segredos dispersos e há muito enterrados, capazes de unir essas três mulheres, fazendo com que elas encarem quem realmente são e decidam até onde podem ir em busca do que acreditam.
Fala galera do Porão Literário, tudo bem? Depois de muito tempo de espera, retornamos a Gilead em Os Testamentos, livro escrito por Margaret Atwood e lançado pela editora Rocco no final de 2019! Nele, temos vamos para quinze anos após os acontecimentos narrados em O Conto da Aia.
Minha ansiedade estava gigante, assim como a minha expectativa. Atwood nunca me decepcionou (pelo menos até agora), e minha curiosidade ficou muito aguçada ao saber se a história se passaria tanto tempo depois do final aberto que foi O Conto da Aia.
Em Os Testamentos não temos a retomada dos personagens que compuseram o primeiro livro (com uma exceção que eu falarei mais tarde), o que foi um grande alívio pra mim, porque gosto muito da forma como o Conto da Aia é escrito. Mas mesmo evitando ter uma relação direta com o primeiro livro, Atwood continua utilizando o mesmo modo de escrita: com sua personagem transcrevendo suas memórias em primeira pessoa. Aqui, ao invés das transcrições de Offred, temos a perspectiva de três mulheres de dentro e fora de Gilead.
Minha ansiedade estava gigante, assim como a minha expectativa. Atwood nunca me decepcionou (pelo menos até agora), e minha curiosidade ficou muito aguçada ao saber se a história se passaria tanto tempo depois do final aberto que foi O Conto da Aia.
Em Os Testamentos não temos a retomada dos personagens que compuseram o primeiro livro (com uma exceção que eu falarei mais tarde), o que foi um grande alívio pra mim, porque gosto muito da forma como o Conto da Aia é escrito. Mas mesmo evitando ter uma relação direta com o primeiro livro, Atwood continua utilizando o mesmo modo de escrita: com sua personagem transcrevendo suas memórias em primeira pessoa. Aqui, ao invés das transcrições de Offred, temos a perspectiva de três mulheres de dentro e fora de Gilead.
"Quem é você, leitor? E quando está você? Talvez no dia de amanhã, talvez a cinquenta anos de mim, talvez nunca."
Entre essas três mulheres, a perspectiva que mais me chamou a atenção foi da Tia Lydia (sim, ela está de volta), sendo ela a única personagem que já conhecemos da obra de 1985. Ela é dona do melhor conjunto de capítulos do livro, analisar toda a conjuntura de Gilead através de seus olhos é assustador, e também é fascinante descobrirmos mais sobre seu passado (onde ela trabalhava como juíza).
Além da tia Lydia temos outras personagens: Daisy, uma adolescente que mora no Canadá; e Agnes, uma garota que vive em Gilead, filha de comandante e que frequenta uma escola em que ensina as mulheres a agirem como donas de casa de respeito. É muito interessante termos esse vislumbre de como funciona Gilead por outros olhos que não sejam de uma Aia, isso é muito bem explorado com Agnes e sua perspectiva infantil com relação ao casamento e relação de "amizade" com as outras meninas de sua escola. Ali, quanto mais Marthas sua família tiver, mais importante você é. Chega a ser brutal as cantigas e brincadeiras feitas pelas meninas que crescem com esse regime.
Além da tia Lydia temos outras personagens: Daisy, uma adolescente que mora no Canadá; e Agnes, uma garota que vive em Gilead, filha de comandante e que frequenta uma escola em que ensina as mulheres a agirem como donas de casa de respeito. É muito interessante termos esse vislumbre de como funciona Gilead por outros olhos que não sejam de uma Aia, isso é muito bem explorado com Agnes e sua perspectiva infantil com relação ao casamento e relação de "amizade" com as outras meninas de sua escola. Ali, quanto mais Marthas sua família tiver, mais importante você é. Chega a ser brutal as cantigas e brincadeiras feitas pelas meninas que crescem com esse regime.
"Quem que foi pra forca no Muro? Rá rá rá ri rá! Foi a Aia! Qual o nome dela? Rá rá rá ri rá! Era a (dizíamos o nome de uma de nós) e agora já era. Rá rá rá ri rá! Tinha um bebê na barriga dela (aqui dávamos tapas nas nossas barriguinhas).Rá rá rá ri rá!"
Parece loucura, não é? Essas Pérolas funcionam como recrutadoras, tentando puxar para a capital mulheres que encontram-se em estado de marginalização. Achei MUITO interessante essa função (que até então desconhecíamos). E atribui em muito pra trama desse livro.
"Eles estavam nos reduzindo a bichos - bichos de cativeiro -, à nossa natureza animal. Estavam esfregando a nossa natureza animal na nossa cara. Para que nos considerássemos sub-humanas."
O único problema que eu enfrentei na leitura foi no desenvolvimento do clímax, o impasse final ocorreu de forma muito rápida e "fácil", até. Não chegou a atrapalhar minha leitura, mas quando eu vi que faltavam poucas páginas pra terminar o livro e até então a situação final mal havia começado, fiquei meio ansioso. Mas o desfecho em si é bem conclusivo (ao contrário do final aberto do Conto da Aia).
"Se eu chorei? Sim: lágrimas escorreram dos meus dois olhos visíveis, meus olhos humanos úmidos e chorosos. mas eu tinha um terceiro olho, bem no meio da testa. Eu o sentia: ele era frio feito pedra. Este não chorava, via tudo. E por trás dele, alguém pensava: vocês vão me pagar por isso. Não me importa quanto tempo leve nem quantos sapos eu tenha que engolir, mas vou me vingar."
Os Testamentos com certeza entrará na lista de melhores do ano, pessoal. Quem ainda não leu, por favor, corra! E ah, um detalhe importante, a autora utiliza de elementos da série pra construir sua nova história, quem não assistiu a série até a segunda temporada pode perder algumas referências! Elas são importantes, mas não fundamentais pra leitura.
"Nesse meu país desaparecido, as coisas andavam mal fazia anos. Enchentes, incêndios, tornados, furacões, secas, faltas d'água, terremotos. De certas coisas havia de mais, de outras coisas havia de menos. A infraestrutura decadente - por que alguém não desativou aqueles reatores atômicos antes que fosse tarde demais? A economia em declínio, o desemprego e a taxa natalidade. As pessoas ficaram com medo. Depois elas ficaram com raiva. A falta de soluções viáveis. A busca de um bode expiatório. Por que achei que apesar de tudo as coisas correriam normalmente? Acho que porque já estávamos ouvindo notícias como aquelas há muito tempo. Você não acredita que o céu está caindo até que um pedaço dele caia em cima de você."
Oieee.
ResponderExcluirQuero ler os livros da Atwood uma hora dessas. Ja peguei cada spoiler dos livros que acabo passando longe.
Espero que não seja tão pesado quanto eu imagino
Desconhecia a continuaçao desse clássico.
ResponderExcluirO testamento é uma obra que não tem como deixar de ler , com certeza já está em minha lista.
eu li esse livro no começo do ano e eu simplesmente não consegui largar enquanto eu não acabei. Eu fiquei muito mexida com O Conto da Aia e esse livro não deixou por menos. Eu chorei tanto e fiquei com tanta raiva, mas saber o desfecho de algumas personagens e a história sendo contada pelo ponto de vista da Tia é incrivel, eu nem sei descrever o quanto eu amei!!
ResponderExcluirEssa obra com certeza deve estar muito boa, pois a escritora dispensa elogios. Esse livro está na minha lista para ser lida esse ano.
ResponderExcluirNão sabia que tinha continuação! Apesar de não ter lido o primeiro livro, sempre ouvi falar muito bem. Adorei sua resenha.
ResponderExcluirEu ainda não li O conto da aia, mas quero muito. Depois lerei este, certamente. Tenho muito interesse.
ResponderExcluirTatiana - Sapore Magico
Ainda não conhecia essa obra, eu espero que eu tenha um pouco nesta quarentena para mim conhecer melhor.
ResponderExcluirOi Léo! Eu quero MUITO ler esse livro. Mas, sabe, eu não tenho estado no clima para ele. Tenho sentido tanto "peso" em mim, que não é a leitura para o momento e quero poder curtir ele. Achei muito interessante a premissa das Pérolas. E aquele quote das meninas cantando... uau, doeu em mim. Parabéns pela resenha e pelas fotos. Beijos
ResponderExcluirhttps://almde50tons.wordpress.com/
Olá!
ResponderExcluirOs meus livros chegaram mês passado e eu tô muito ansiosa para ler os dois e para assistir a série. E agora, sabendo que a autora meio que relacionou aos acontecimentos d série, a vontade aumentou! Amei tua resenha.
Abraços!
Olha, eu não aguento mais colocar livros da autora na tbr auhsaush mas esse e conto da aia estou loucooo pra ler. Quero esperar um break pra mergulhar com tudo na leitura, e espero gostar tanto quanto você gostou desse. Adorei a resenha :D
ResponderExcluirAbraços!
https://lupiliteratus.blogspot.com/