Autor(a): Ayesha Harruna Attah
Editora: Alt
Páginas: 256
Ano de publicação: 2021
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As gêmeas Hassana e Husseina são separadas após um ataque brutal à sua aldeia, em 1892. A partir desse traumático evento, ambas são escravizadas e seguem caminhos separados, que as levam a diferentes cidades, países e até continentes. Enquanto Hassana fica na Costa do Ouro africana, Husseina cruza o oceano até a Bahia, onde é iniciada no Candomblé. Com o passar do tempo, as irmãs crescem e levam vidas completamente diferentes em muitos aspectos, mas com algo em comum: o sentimento de que há algo faltando. Apesar da distância, elas continuam ligadas uma à outra por meio de seus sonhos. Mas será que o destino as reunirá novamente?
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro O imenso azul entre nós lançado pela editora Alt, selo da Globo Livros. O livro é de autoria de Ayesha Harruna Attah.
1892. Husseina e Hassana já estão acostumadas as suas rotinas dentro da aldeia. As gêmeas compartilham entre si muito mais do que apenas a aparência; a vivência e os costumes de seu povo já estão enraizadas nas duas meninas, isso sem contar a enorme ligação que existe entre as duas.
No entanto, um ataque a aldeia pode desestabilizar essa ligação. Husseina e Hassana são separadas brutalmente após esse ataque, escravizadas cada uma delas segue para um destino diferente. Em "O imenso azul entre nós", acompanhamos as jornadas de ambas as garotas que perdem toda sua percepção da realidade ao serem impostas pela crueldade que assolou nosso mundo por tanto tempo: a escravidão.
Enquanto Hassana permanece no continente africano, na Costa de Ouro; Husseina é enviada para o Brasil, no estado da Bahia. A distância entre as duas se dá por esse oceano, todavia a distância geográfica em pouco pode se comparar com a falta que uma faz para outra.
Intenso. Já sabia que essa leitura seria uma daquelas que eu teria que apreciar aos poucos e foi bem isso que aconteceu. Ayesha tem uma escrita incrível (em alguns momentos descritivas demais), que me jogou nas histórias de Husseina e Hassana, mulheres que começaram do mesmo ponto e se tornaram pessoas completamente diferentes.
Na narrativa nós temos capítulos narrados por cada uma das irmãs de forma alternada, fiquei fascinado pela evolução de ambas, porém Husseina me deixou extremamente cativado por conta do local onde ela estava, uma Bahia pós era escravagista, por mais que os ecos do sistema opressor ecoassem fortemente no país - e ainda ecoam -, foi espetacular ver como a autora trouxe elementos da cultura afro-brasileira (que estavam em plena fase de evolução) para sua narrativa.
A história em si foi pensada para o público jovem adulto, acredito, por isso a abordagem de Ayesha a esses temas sociais é dada de forma mais sutil, todavia ela não é simplista de forma alguma! (um ponto extremamente positivo).
A narrativa é curta, por isso consegui ler em um tempo médio (travando às vezes por conta do ritmo que vez ou outra tornava-se mais lento), o final é emocionante, todavia acredito que poderia ser um pouco mais trabalhado, principalmente na questão da expectativa!