Editora: LP&M Editores.
Páginas: 176
Ano de publicação: 2021
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A literatura alemã divide-se em antes e depois de Os sofrimentos do jovem Werther, de Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832). Publicado anonimamente em 1774, o romance epistolar foi inspirado em fatos da vida do autor, que então contava 24 anos e escrevera a obra em poucas semanas. Com Werther, Goethe, então parte do movimento literário protorromântico Sturm und Drang (“tempestade e ímpeto”), alcançou sucesso imediato e, de quebra, deu início à prosa moderna na Alemanha. O romance conta a história de Werther, um jovem aspirante a artista que, em cartas a seu amigo Wilhelm, relata sua estada no vilarejo rural de Wahlheim, onde é cativado pela vida simples dos camponeses. Lá ele conhece a bela Charlotte, por quem se apaixona perdidamente – mas a jovem já está comprometida com um homem bem mais velho que Werther. Não se trata, simplesmente, de um romance em cartas como A nova Heloísa de Rousseau ou Pamela de Richardson. Esta que é uma das mais conhecidas obras de Goethe é o romance de uma alma, um refinado relato de uma deterioração psicológica. Trágica e arrebatadora, é a história de uma paixão devastadora. Com enorme repercussão quando de seu lançamento, Werther foi testemunho do poder de a literatura agir na sociedade: não foram poucos os suicídios atribuídos à leitura do romance. Tendo influenciado toda a literatura posterior, hoje a prosa goethiana segue impressionante em sua capacidade de representar o indivíduo internamente dilacerado.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro O sofrimento do jovem Werther, lançado pela Editora L&PM. O livro é de autoria de Johann Wolfgang von Goethe.
Com uma narrativa transcrita em forma de cartas periódicas a um amigo de longa data, conhecemos então o jovem Werther. Depois de se mudar para uma pequena vila no interior da Alemanha, o rapaz passa a escrever periodicamente para Wilhelm, e nessas cartas o protagonista narra a respeito do belo cenário do qual se encontra e das pessoas que ali vivem, inclusive de uma mulher chamada Charlotte, por quem Werther passa a sentir uma paixão avassaladora.
Lotte, no entanto, está prestes a se casar. Seu compromisso torna nulo quaisquer relacionamento entre os dois, para o puro desespero do escritor. Nisso, conforme a leitura avança nós vamos mergulhando na mente de Werther, seus sentimentos explodem através das palavras das quais escreve, temos ecos de toda sua psique e alma. Toda a calmaria e brutalidade que o amor pode proporcionar.
Pouco conhecia a respeito do trabalho de Johann Wolfgang von Goethe antes de me deparar com essa belíssima edição. Seu trabalho é muito valorizado pela literatura até hoje e isso acontece pois Os sofrimentos do jovem Wether é muito mais do que uma narrativa de amor não alcançado, esta obra foi responsável por popularizar o movimento literário alemão chamado “Sturm und Drang” (Tempestade e Ímpeto).
Esse movimento tinha a intenção de abordar o homem como um sujeito cujos sentimentos se sobrepõem à razão. O reflexo desse movimento está no personagem principal da nossa obra, Werther. O livro é dividido em dois tomos, duas partes que se diferenciam MUITO de si.
Enquanto na primeira parte temos descrições belas a respeito da natureza, das relações humanas e de tudo aquilo que contempla a vida; no segundo todo o cenário parece mudar de forma grotesca conforme toda a dor do amor não correspondido é explorada. Esse fator me pegou de muita surpresa, pois a maestria do autor em proporcionar dois tons tão diferentes em sua curta história (com média de 200 páginas) é realmente de se admirar.
Além disso, Werther é um personagem que se questiona sobre muitas coisas, seus monólogos escritos em seus relatos nos fazem refletir a respeito de nossa própria natureza, então podemos dizer que um livro escrito no século XVIII tem muito a dizer na nossa contemporaneidade - o que o torna um clássico.
Por isso, aventurem-se nos relatos tristes de Werther! Abaixo deixarei um vídeo que complementa e muito toda a experiência dessa narrativa!