VIÚVA DE FERRO
Editora: Xiran Jay Zhao
Páginas: 480
Ano de publicação: 2022
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Em Huaxia, a maior honra concedida a uma garota é sua escolha para a função de piloto-concubina, servas conectadas a pilotos homens para juntos fornecerem energia vital às crisálidas ― máquinas de guerra gigantes que protegem a humanidade dos alienígenas além da Grande Muralha. Essa conexão mental tão intensa e poderosa entre piloto e concubina com frequência leva as jovens à morte, garantindo à família delas uma recompensa financeira do Estado. Aos dezoito anos, Wu Zetian se alista como concubina com apenas um objetivo em mente: vingança. Seu plano é matar o piloto que tirou a vida de sua irmã, mas a situação toma um rumo brutal e inesperado, e Zetian recebe um título muito temido: Viúva de Ferro, uma mulher que, ao contrário do esperado, suga a energia dos homens nas crisálidas e os leva à morte. Numa tentativa de minar suas habilidades mentais extremamente poderosas, o exército a pareia com Li Shimin, o piloto mais forte e controverso de Huaxia, um guerreiro que nunca erra seu alvo. Mas agora que Zetian sabe do que é capaz, não vai recuar tão facilmente, usando todas as suas armas para sobreviver e destruir de uma vez por todas um sistema que despreza a vida de meninas e mulheres.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro A viúva de ferro lançado pela editora Intrínseca. O livro é de autoria de Xiran Jay Zhao e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Em um mundo assolado por alienígenas que insistem em atacar a raça humana, acompanhamos a história de Wu Zetian e sua jornada de vingança. Antes de entrarmos na história de Wu e do porquê dela querer essa vingança, precisamos entender algumas coisas sobre o funcionamento desse novo mundo, sempre em conflito.
Como forma de se proteger contra os alienígenas, o Estado criou as crisálidas - armas de guerra poderosíssimas que parecem robôs gigantes -, essa estrutura de ferro é controlada por um homem cujo QI (capacidade mental) seja alto o suficiente para que sua mente possa se fundir com a máquina sem que ele morra na tentativa.
Poucos são aqueles que conseguem, e os que obtêm êxito são considerado heróis. Todo piloto tem ao seu lado uma concubina, uma mulher que compartilha essa ligação mental e funciona como um "air bag" para o piloto não ter sua ligação cortada. A mulher, no entanto, muitas vezes acaba morrendo no final do combate, devido a exaustão mental por qual ela passa. Geralmente a família da concubina recebe uma indenização do Estado, o que faz com que muitas família criem suas filhas a única intenção de morrerem no campo de batalha.
Esse foi o destino da irmã de Wu, e agora ela quer vingança. Aos 18 anos a jovem se alista para servir ao mesmo piloto que a irmã outrora serviu para finalmente matá-lo. Durante seu plano, no entanto, ela descobre ser uma Viúva de Ferro, que ao contrário de servir como uma proteção ao piloto, acaba sugando toda sua energia - e o matando no processo.
Com isso, Wu descobre um poder que não sabia ter, e com ele a menina tem a chance de alterar o rumo da Guerra e de seu próprio destino.
Pra início de conversa... SIM! ESSE LIVRO É TUDO ISSO! A hype em cima de "A viúva de ferro" era gigante, isso por conta do grande número de críticas positivas que esse livro teve no mercado internacional. Bom, comecei a ler a história e fiquei obcecado por ela logo nas primeiras páginas.
Uma coisa que me ajudou a ficar tão dentro da obra foi ela me lembrar muito Jogos Vorazes (uma série que eu amo), seja pela protagonista incrível e determinada ou pela sociedade extremamente injusta da qual ela vive. É muito fácil gostar de Wu pois ela parece ser a única a entender o quão absurdo é viver sob as expectativas de servir a uma nação que vive apagando sua existência unicamente para que sua família possa usufruir de uma pequena fortuna.
O cenário social é bem explorado na obra de Xiran, elu (e autore se identifica como não-binárie, por isso seu pronome aqui no Brasil é elu-delu) consegue evidenciar muitas críticas através da visão de sua protagonista, por isso torcemos muito pra ela e passamos muita raiva ao ver como o Estado trata suas mulheres e "concubinas", nome que em si já faz alusão a uma amante, algo não oficial.
A escrita do livro é extremamente fluída e eletrizante, sendo difícil parar de ler depois que se inicia (terminei em três dias e queria até ter tido mais tempo de ler). Um dos pontos altos é o clímax final e o plot twist que nos é apresentado é INCRÍVEL, estou muito ansioso para a continuação e espero que saia logo!