KING E AS LIBÉLULAS
Editora: Kacen Callender
Páginas: 208
Ano de publicação: 2022
Compre através deste link
Kingston James – ou apenas King para os amigos – é um garoto de doze anos e tem certeza de que seu irmão, Khalid, virou uma libélula. Apesar de Khalid ter morrido inesperadamente e se transformado em uma libélula do bayou, uma região pantanosa da pequena cidade de Lousiana, ele ainda se mantém sempre próximo de King, fazendo visitas em seus sonhos. Lidar com tudo isso seria mais fácil se o garoto pudesse buscar o apoio de seu melhor amigo, Sandy Sanders ― mas, como último conselho ainda em vida, Khalid disse a King para romper a amizade com Sandy, pois havia descoberto que ele poderia ser gay: “Você não quer que ninguém pense que você é gay também, ou quer?”. Quando Sandy desaparece, colocando toda a cidade à sua procura, King descobre que seu ex-melhor amigo está mais perto do que imagina, em uma barraca no quintal, se escondendo do pai abusivo. Assim, os dois começam uma aventura, construindo um paraíso privado no bayou, entre as libélulas. À medida que a amizade de Sandy e King é retomada, ele é forçado a confrontar questões sobre si mesmo e sobre a morte do irmão. King e as libélulas explora raça, sexualidade, luto e identidade de uma forma íntima e próxima aos jovens, com uma lição de amor e libertação.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro King e as libélulas lançado pela editora Nacional. O livro é de autoria de Kacen Callender e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Não consigo descrever o quanto a história de Kingston James mexeu comigo! Menino de 12 anos que recentemente perdeu seu irmão, King ainda sofre com a morte de seu irmão mais velho, Khalid. E ainda guarda as últimas palavras que ele disse a King, ao descobrir que um dos seus melhores amigos, Sandy Sanders, é gay. "Você não quer que ninguém pense que você também é gay, ou quer?"
Isso foi motivo suficiente para King se distanciar de Sandy, e desde então não troca uma palavra com o menino... Até o dia em que King recebe a notícia que Sandy desapareceu ou fugiu. Para King não é difícil descobrir que Sandy sumiu, pois ele sabe que o pai de Sandy - xerife da cidade - é um homem impetuoso e preconceituoso, que vivia maltratando seu próprio filho na tentativa de "deixá-lo mais másculo".
King é tomado por um remorso por ter sido tão injusto com Sandy, mas ao mesmo tempo tem muito com o que lidar: o luto de seus pais que parece consumi-lo e as libélulas... O menino pode jurar que seu irmão virou uma libélula após a morte de seu corpo, isso porque King viu uma libélula pousando em seu caixão, e desde então tem sonhos com seu irmão na forma de uma libélula.
Que história linda a de Kacen! Em uma escrita extremamente fluída e voltada pro público infanto-juvenil, é impossível não se apaixonar e sentir a trajetória de King conforme ele vai descobrindo mais sobre sua própria identidade e medos. Além disso, Kacen consegue trazer diversos questionamentos a respeito do racismo e da homofobia em sua história de uma forma que crianças e adolescentes consigam entender sem maiores problemas.
King mora em uma cidade marcada pela violência racial e foi isso que levou seu irmão, Khalid, a ser morto. O relacionamento de King com seu pai (principalmente) evoca muito desse medo que é instaurado por conta dessa violência, as partes em que os dois conversam são intensas e muito profundas, pois muito fica no não dito.
O crescimento de King durante a história é maravilhoso e foi uma das minhas partes preferidas da história, com certeza! Não conhecia o trabalho de Kacen, e agora estou doido para ler seu outro livro, "Felix para sempre". Com certeza já está na lista! E ah, essa edição da editora Nacional está perfeita! Eu amei a capa e o pôster que veio junto com o livro!