Autor(a): Maria Filomena Bouissou Lepecki
Editora: SGDZ
Páginas: 208
Ano de publicação: 2020
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Arzu é uma jovem professora de História do Brasil, que viaja para Istambul à procura de suas origens. Ao confrontar sua metade turca em um palácio Otomano do século XIX, experimenta uma aventura insólita que a transporta no tempo.Uma adaptação difícil e a sobrevivência exigem toda a sua atenção, porém são os mistérios arqueológicos e os objetos impossíveis descobertos que a instigam, levando a uma conclusão inesperada: a busca individual por raízes, deveria ser a indagação coletiva de toda a humanidade.Uma ponte para Istambul é também uma ponte entre o Ocidente e o Oriente, passado e presente, verdade e imaginação.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Uma ponte para Istambul lançado pela editora SGDZ. O livro é de autoria de Maria Filomena Bouissou Lepecki e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Catarina é uma professora de história que trabalha em um colégio particular em Ipanema; de descendência brasileira e turca, Catarina nunca chegou a se aprofundar na cultura turca da família paterna, e tudo o que ela consegue associar a essa outra parte sua está conectado em sua avó, da qual costumava passar muito tempo.
Sua avó, que a chamava de Arzu, vivia dizendo-lhe para desbravar suas origens e viajar até Istambul, para que pudesse então conectar-se com uma parte antiga de si mesma, ancestral. Aos trinta anos, Catarina segue o conselho de sua amada avó e parte para Istambul, em uma viagem turística que mudará sua vida.
Em uma das muitas paradas de Catarina, o Palácio de Dolmabahçe com certeza é uma das mais impressionantes. pois ali é bem perceptível sentir toda a glória e a riqueza do antigo império otomano. Em uma visita guiada pelos corredores luxuosos e cheios de ostentação, onde outrora mulheres serviam ao sultão em haréns e a dinastia reinava...
O que mais chama a atenção de Catarina é um relógio, uma magnífica estrutura que estava congelada na morte de Attaturk. Tomada por um impulso, Catarina toca o relógio, e nisso acaba machucado seu dedo com um corte, um filete de sangue escorre por sua mão... Tudo fica preto.
No que Catarina acorda, o cenário ao seu redor parece ter ganhado vida. mulheres com roupas no mínimo curiosas entram na sala seguida de guardas... Tudo remete a Istambul do século XIX, a mulher acredita que tudo aquilo é uma encenação, mas parte de si sabe que não... Aquilo é real.
Arzu foi parar no ano de 1869, em pleno domínio do império otomano.
Como voltar para seu tempo? Essa torna-se a pergunta chave conforme Catarina vai explorando o mundo em que a cerca. Afinal, como a viagem no tempo é possível? Seria ela a única a ter viajado ao passado? Com um espírito curioso e a mente de uma historiadora, Catarina irá lutar para entender o que está acontecendo e voltar para sua casa.
Essa história com certeza foi uma das minhas maiores surpresas nesse ano! O que eu pensei que seria um romance focado em desenvolver um casal acabou tornando-se uma aventura histórica extremamente precisa e bem pesquisada por conta da autora!
"Uma ponte para Istambul" me levou até uma cultura da qual eu pouco conhecia, e acredito que isso fez com que minha imersão na obra fosse gigante. Logo que Catarina é encontrada no passado, é estabelecido que ela é uma escrava, serva do harém do sultão. Nisso, é impressionante como a protagonista utiliza de seu conhecimento para ganhar poder e tentar negociar sua saída dali.
Mas o que mais me impressionou no livro foi a perspectiva histórica dele, pelo fato de Catarina ser uma professora de História, é óbvio que ela usaria esse conhecimento ao seu favor. Nisso, a autora deve ter feito muita pesquisa para aprofundar sua história em fatos precisos (principalmente alguns objetos que foram encontrados pela personagem e são reais) e também em criar algumas teorias geniais que até mesclam ao gênero da ficção-científica.
Toda a ideia de viagem no tempo e até mesmo universos paralelos é explorado pela autora de uma maneira muito fluída, sem perder o foco da narrativa que é ambientar a Catarina nesse lugar tão diferente daquilo que ela conhece!
Além disso a autora traz o Rio de Janeiro em diversos momentos da história (e o Brasil, no geral, em cartas mandadas pela Catarina ao D. Pedro II!) Enfim, acredito que esses sejam os pontos que eu mais gostei durante essa leitura tão surpreendente. E espero que vocês gostem dela tanto quanto eu!