Estamos no ano de 9005, a narrativa de "As quinze armas — Parte I" nos transporta para um universo pós-cataclísmico, onde apenas cinco ilhas habitáveis permaneceram. Cada ilha se tornou um país, governado por uma das famílias mais poderosas que sobreviveram ao evento devastador. Esses novos países são extremamente tecnológicos e governados por monarquia, que inclusive nomearam essas ilhas.
É no país de Honna que conhecemos a protagonista dessa história, Carya. Filha de um simples cozinheiro, ela anseia seguir os passos de sua falecida mãe, Pandova, e ingressar na polícia militar de Honna. Sua determinação e coragem são elementos facilmente destacados, principalmente quando ela entra na Academia da Polícia e, para seguir a profissão, deverá passar por árduas provas que irão testar todas suas habilidades e conhecimentos.
No entanto, uma coisa que sempre intrigou Carya foi a figura de sua mãe. O passado de Pandova sempre foi um mistério a ela, e sua morte tornou tudo ainda pior. No entanto, ao receber um objeto e uma carta de sua falecida mãe, Carya começa a procurar mais sobre seu passado e sua identidade para se entender melhor. As revelações que esse objeto podem trazer a vida da menina irá mudar seu destino para sempre.
"Deixe-me lhe dar um conselho, Carya. Pessoas oportunistas são capazes de qualquer coisa para ter o que desejam. Mantenha seus olhos abertos e um pé atrás, assim é mais fácil ver se possuem alguma faca escondida para cravar em suas costas quando você menos espera."
QUE COMEÇO INCRÍVEL. Sabe uma história que mistura Game of Thrones, Jogos Vorazes com uma pegada distópica incrível com um cenário ao mesmo tempo futurista e clássico? Pois bem, As quinze armas apresenta tudo isso no país de Honna de um jeito que dá muito certo.
Isso porque além de trazer robôs, cyborgues e muita tecnologia na vivência daqueles que moram em Honna, o país tem costumes e tradições um tanto medievais. Essa mistura funciona super bem e cria uma mitologia própria pra história.
O autor desenvolve os personagens de forma cuidadosa, conferindo a cada um personalidade e motivações distintas. Além de Carya, somos apresentados a figuras importantes como membros das famílias reais, aliados leais e até mesmo indivíduos com intenções obscuras. Seráphilis e Vaz foram alguns dos meus preferidos, eles aparecem pouco nesse primeiro livro mas acredito que serão mais explorados no próximo e estou muito ansioso pra isso!
Além disso, a cultura desse universo é explorada de forma minuciosa. As famílias reais que governam cada país possuem tradições, rituais e sistemas de governo próprios, o que enriquece ainda mais a complexidade desse mundo. Os costumes, a hierarquia social e os valores são habilmente incorporados à trama, acompanhamos tudo isso com os olhos de Carya, e é legal ir descobrindo esses rituais junto com a personagem.
Kevin demonstra talento ao construir um universo coeso e detalhado, que vai além da história principal. A ambientação e a cultura desse mundo são elementos essenciais para a compreensão da trama e para a conexão emocional com os personagens. Existem diversas referências a contos da mitologia e figuras gregas também, que é uma coisa que eu AMO.
O final não é um final em si, mas concluí a parte inicial dessa construção de mundo. Por sorte, já estou com a parte dois em mãos e pretendo começar a ler hoje mesmo, pois acredito que ambos devem se conectar de forma muito intensa, já que é uma divisão de uma mesma história. Lembrando que os dois volumes estão disponíveis no Kindle Unlimited, então bora ler!