Autor(a): Pedro Maciel
Editora: independenteAno de publicação: 2023
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Em 2082, em um mundo pós-apocalíptico que o contato humano é um problema social e o amor como conhecemos parece ser uma incógnita, dois jovens apaixonados, que se conhecem apenas pelos seus nicknames do videogame, marcam de se encontrar no mundo real em um bar oitentista.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do conto Nós estivemos aqui lançado de forma independente. O livro é de autoria de Pedro Maciel e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Estamos em 2082. Após uma pandemia solar que tornou ambientes diurnos insuportáveis para a sobrevivência humana, a sociedade passou a interagir apenas na durante a noite. Além disso, qualquer contato humano deve ser evitado, pois até mesmo o calor humano se tornou uma potencial ameaça a vida das pessoas.
"O ministério da saúde adverte: Contato humano causa problemas de queimadura e variantes celulares que causam o envelhecimento abrupto temporal e morte"
Com isso, a sociedade voltou para si própria e pro mundo da internet, na tentativa de evitar contatos físicos, muitos acabaram se isolando em seus próprios mundos. É nesse cenário que conhecemos Sayuri.
Sayuri joga XITO64 há muitos anos, mas para ela o visual do avatar de XITO é muito mais familiar do que sua verdadeira aparência, bom, até o momento em que ambos combinam de se encontrar pela primeira vez em uma espécie de bar cyber-punk chamado Flame 80's neon.
Por ser o primeiro encontro com Alllan (nome de XITO64), Sayuri está extremamente ansiosa. E se ele não gostar dela? E se ficarem sem assunto? E se ele for um serial killer? As possibilidades são tantas... Com tudo isso na cabeça, Sayuri se permite experimentar um momento humano e, quem sabe... se sentir estrelar.
Em cerca de oito páginas, Pedro Chester consegue criar uma narrativa rica e profunda sobre as relações humanas, sobre o uso da tecnologia e sobre a forma como interagimos com o real e o virtual de fome exímia. Tudo isso regado a um clima nostálgico, romântico e (com certeza) apaixonante.
Pouco sobre o background da história é nos dado, apenas que em 2075 ocorreu uma pandemia solar que tornou os dias insalubres a humanidade. As chuvas são, em muitas vezes, artificiais e todas as relações humanas são construídas com cuidado. Sayuri tem essas preocupações em si e também outras inseguranças que são detalhadas melhor ao redor da história.
Por mais que a narrativa seja curta, a imensidão narrativa que se espelha através da escrita de Pedro é gigante, tanto é que este conto poderia ser adaptado para um romance facilmente (e eu ia amar isso). Além disso, o conto vem com uma playlist incrível que eu vou deixar aí embaixo pra vocês!