Organizadores: Rudyard Kipling
Editora: Antofágica
Páginas: 448
Ano de publicação: 2023
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Para os animais, filhote de pelado; para os humanos, menino-lobo. Aprendiz das Leis da Selva, da Mata e das Águas, Mogli conhece todos os idiomas da natureza – fala educadamente com as abelhas selvagens, conversa com a corrente dos rios e debate com a fortaleza das pedras. Mas afinal, qual é o seu lugar? Selva ou civilização?Publicados originalmente em 1894 e 1895 nos dois volumes de O livro da Selva, os contos de Mogli formam um longo romance sobre a vida selvagem. Há mais de um século, suas histórias borram as fronteiras entre literatura para crianças e adultos, dialogando com a tradição das fábulas e provocando reflexões sobre os limites e ligações entre humanos e não humanos. Também graças às clássicas adaptações cinematográficas, as histórias de Mogli seguem vivas no imaginário coletivo de várias gerações.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Mogli lançado pela editora Antofágica. O livro é de autoria de Rudyard Kipling e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
"Mogli"... Pra início de conversa, eu não sabia que o clássico da Disney era inspirado num livro. Por isso me surpreendi muito ao ver a Antofágica lançar a história em uma versão que, pra mim, é a mais bela da editora até agora. Escrito por Rudyard Kipling, "Mogli" trás uma coletânea de histórias que compõem o livro e nos leva a uma jornada fascinante pelo mundo do menino-lobo, um personagem icônico que se tornou parte integrante da cultura pop, com várias adaptações da Disney desde os anos 1960.
A história de Mogli, também conhecido como filhote de lobo pelos animais e menino-lobo pelos humanos, é uma exploração cativante das Leis da Selva, da Mata e das Águas. A habilidade única de Mogli em compreender e se comunicar com a natureza é verdadeiramente mágica. Ele pode conversar com abelhas selvagens, dialogar com as correntes dos rios e até mesmo debater com as formações rochosas. No entanto, o cerne da história reside na pergunta fundamental: onde está o verdadeiro lugar de Mogli, na selva ou na civilização?
O livro, originalmente publicado em 1894 e 1895 nos volumes de "O Livro da Selva", transcende as categorias tradicionais de literatura infantil e adulta. Ele se encaixa nas tradições das fábulas, provocando reflexões profundas sobre os laços e os limites que existem entre os seres humanos e o mundo natural. As adaptações cinematográficas da história de Mogli ao longo dos anos só reforçam a duradoura atração dessas narrativas.
A edição da Antofágica é uma celebração da obra de Kipling. Com mais de cinquenta pinturas a óleo de Julia Debasse, artista indicada ao Prêmio PIPA 2022, a beleza visual deste livro é notável. A tradução feita por Jim Anotsu é INCRÍVEL (como de costume), mantendo a essência das palavras originais de Kipling. A introdução das gêmeas Duda e Helena, as Pretinhas Leitoras, acrescenta uma perspectiva contemporânea a um livro que cruza gerações.
Além disso, os ensaios no posfácio enriquecem a experiência de leitura. Maria Esther Maciel, professora de literatura comparada na UFMG, nos conduz por uma análise profunda das fronteiras tênues entre os mundos animal e humano presentes nas histórias de Mogli. Aza Njeri, professora e doutora em literaturas africanas na PUC-Rio, oferece uma visão sobre as relações entre a obra de Kipling e o imperialismo britânico, enquanto Pedro Mandagará, doutor em Letras pela PUC-RS, desvenda as alegorias e jogos literários utilizados na composição da obra.
"Mogli" de Rudyard Kipling é uma leitura atemporal e enriquecedora que continua a encantar leitores de todas as idades. A edição da Antofágica é uma homenagem digna a essa obra-prima, com sua combinação de arte visual deslumbrante, tradução habilidosa e análises perspicazes que aprofundam a apreciação da narrativa. Este livro é uma preciosidade literária que merece um lugar de destaque na estante de qualquer amante da literatura clássica.