Organizadores: Luiza Medeiros
Editora: Novos Ases
Páginas: 290
Ano de publicação: 2023
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Troncos e barrancos é um romance de ficção em que uma jovem oprimida pelo pai vivencia uma jornada de conflitos familiares que a levam a viver em uma região de escassez de recursos e degradação ambiental. A história, ambientada na região norte do Brasil, em meio a crimes ambientais, suspense, abusos e todas as angústias comumente enfrentadas pelas mulheres daquela região, traz uma narrativa eletrizante em torno de um enredo investigativo e envolvente, em que a jovem Anahí, protagonista da trama, e o mágico de circo Zion vivenciam um amor proibido que enfrenta preconceitos e padrões morais da época.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Troncos e barrancos pela editora Novos Ases. O livro é de autoria de Luiza Medeiros e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Anahí, uma jovem oprimida pelo pai, vive em uma região marcada pela escassez de recursos e degradação ambiental. Em meio a conflitos familiares, ela decide ir até o circo em uma tarde qualquer e é ali que ela encontra o mágico de circo Zion
Um amor proibido floresce entre eles de imediato. Zion parece ver a poesia em lugares dos quais Anahí mal enxergava; assim, a relação deles começa a evoluir de maneira rápida — e os problemas também parecem vir de maneira crescente.
O maior dos empecilhos para o casal é Itagiba, o pai de Anahí. O homem reprova seu relacionamento com o mágico de circo e faz de tudo para que os dois parem de se encontrar. Após uma tragédia tomar conta da vida de Anahí, a garota se vê sozinha e com uma responsabilidade enorme em suas costas.
"Os fantasmas que nos assustam moram em nossa mente, Anahí. A morte é transformação. Somos continuidade"
Agonia. Uma das sensações que mais imperaram em minha leitura de "Troncos de barrancos" foi a agonia. Anahí é colocada contra muitas adversidades em uma terra que tudo parece conspirar contra ela. É triste e, ao mesmo tempo, catártico acompanhar sua jornada de garota apaixonada para uma mãe determinada e disposta a tudo para encontrar seu filho.
A narrativa ocorre em uma pequena cidade da região norte do Brasil em um tempo onde a sociedade era muito mais conservadora em uma série de coisas, toda essa ambientação é muito presente na escrita de Luiza Medeiros de uma forma crítica e bem estruturada.
Não quero entrar em detalhes a respeito do plot que rege os dois terços finais do livro, pois sinto que isso é entregar spoilers demais a respeito da narrativa. Mas a busca de Anahí é incessante e, em diversos momentos, torturante. Aprecio muito a habilidade da Luiza em criar uma história que nos deixe tão presos para saber qual desfecho ela terá, a escrita da autora de Troncos e barrancos me lembra em muito a de Carla Madeira, autora de "Tudo é rio" e outros livros!
Potente, poética e melancólica, a leitura desse livro serve como uma denúncia a todo o sistema patriarcal que subjuga a figura feminina e é responsável por diversos tipos de racismo e exploração. Eu gostei muito desse livro e aguardo ansiosamente o próximo trabalho de Luiza Medeiros. Até lá, leiam "Troncos e barrancos"