RESENHA: OS SETE CÉUS

Organizadores:  Vinicius Littig

Editora: Astrolábio

Páginas: 472

Ano de publicação: 2023

Compre através deste link.

O temido dia do apocalipse veio em um conflito que nunca chegou a um término. Céus e inferno disputam uma guerra que se arrastou pelas eras, e que obrigou anjos a assumirem uma forma carnal e trocarem seu reino eterno por anos de angústia e sofrimento em uma luta sem fim contra os caídos e a horda de seres do submundo. Em meio a esse conflito, nasce um jovem anjo de cabelos rubros. Descendente de famílias proeminentes nesse reino mortal, as expectativas sobre seu futuro são imensas; tão grandes que forçam sua imaturidade a aceitar uma jornada de descobertas traumáticas que deixarão marcas em sua carne e sua alma. Seu futuro mistura-se a um passado tão antigo quanto a própria idade do universo e, pouco apouco, sua sanidade será perturbada pelo enigma que todo ser consciente um dia já vislumbrou: afinal, qual é o seu propósito?

 

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Os sete céus: O chorar dos anjos, livro 1 lançado pela Astrolábio. O livro é de autoria de Vinicius Littig e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.  

Vejo os horrores da guerra

Na face sem vida dos meus companheiros

Vejo os lábios da sorte

Sorrirem para suas próximas vítimas

Vejo o medo morte

Nos olhos lacrimejantes das famílias

Vejo um destino insensível

Ceifar a vida de meus estimados amigos

Imortais apenas nas lendas dos homens

No primeiro volume da série "Os Sete Céus" conhecemos o reino de Sigillum, que trava uma guerra entre céu e inferno, uma batalha que atravessa eras sem uma solução à vista. Esta guerra incessante obriga os anjos a abandonarem seu reino e assumirem formas humanas, trocando a eternidade por uma existência marcada por sofrimento e angústia. Eles lutam incessantemente contra os caídos e as hordas infernais, num embate que parece não ter fim.

É aí que conhecemos Ronan, um celestial marechal que é responsável por parte do exército do reino. Casado com Tera, filha do rei Irving, Ronan tem uma grande responsabilidade em mãos ao precisar conter a horda de submundamos que ameaça Sigillum a todo momento, ao mesmo tempo em que precisa lidar com seu irmão invejoso e extremamente volátil, Yurius. 

No meio a isso tudo, Tera fica grávida de Ronan. Qlon acaba então crescendo escutando as histórias de seu corajoso pai e acaba carregando consigo a responsabilidade de ser o futuro rei. À medida que ele cresce, seu destino se entrelaça com um passado tão antigo quanto a própria idade do universo. 

Esse vínculo misterioso começa a corroê-lo por dentro, pois ele é constantemente assombrado pelo enigma que aflige toda criatura consciente: qual é, afinal, o seu propósito? Em sua busca por respostas, o jovem anjo enfrenta desafios que testam sua coragem e sua fé, levando-o a confrontar verdades profundas sobre sua existência e o universo ao seu redor.

Gente, eu sinceramente não esperava um épico de tamanhas proporções logo nas primeiras páginas da série "Os sete céus". Conforme coloquei acima, a história começa com Ronan e Tera no ápice de uma guerra que já dura muito tempo. Uma coisa que eu gostei muito é que a narrativa é tecida através do relato do filho de que ambos ainda terão, o nosso futuro protagonista Qlon. As duzentas primeiras páginas foram no tempo pré-nascimento de Qlon e são um ótimo plano base para mergulharmos nessa história. 

Gostei muito da forma como Vinicius, o autor, consegue criar um grande clímax logo no arco inicial ao propor uma super batalha entre Ronan e Abigor, isso deu um gás para que eu avançasse nas páginas com mais rapidez até que Qlon tome conta da história como protagonista. 

Filho de um casal extremamente importante e futuro rei, acompanhamos então o crescimento do ruivo e sua ascensão até ir para a Base, uma espécie de escola militar para celestiais. Ali, o garoto precisa provar que tem o que é necessário para frequentar a escola e sobreviver a ela. Ali conhece também Lua, sua tutora que irá lhe auxiliar e treinar durante todo seu processo de formação. 

Essa parte em que Qlon está na Base foi minha parte preferida do livro, é ali que conhecemos mais sobre a rica mitologia por trás desse mundo e a forma como Qlon pode ser um futuro grande rei ou um fracasso por completo, sua busca por entender a si próprio e suas origens toma grande parte da história — e é incrível acompanhar isso. 

Depois disso temos uma mudança de atmosfera conforme chegamos em um arco extremamente significativo para Qlon em sua jornada. Explorar os Sete Céus não é algo fácil, nisso o ruivo irá conhecer a famosa árvore de Yggdrasil e entender um pouco mais sua própria história. 

Achei fascinante a forma como, mesmo com quase setecentas páginas, a escrita de "O chorar dos anjos" é super fluida e rápida de ser feita! Devorei esses personagens e o enredo inicial em uma semana e parte disso é pelo fato de estar sempre curioso para saber o que vinha a seguir. 

Amo histórias de fantasia, por isso sou meio suspeito pra falar, mas a inserção de diversos elementos da cultura de D&D e mitologia nórdica e greco-romana me deixou super feliz, isso dá ainda mais complexidade para a construção do reino de Sigillum e dos Sete Céus. 

Por fim, o final do primeiro livro fecha um arco super importante para Qlon e deixa muitas portas abertas para o que pode vir aí, estou super ansioso para saber quais serão os próximos passos de Vinícius e até lá leiam o primeiro volume da série!