11 de setembro de 2024

RESENHA: JOVEM PERSA

 


Organizadores: Mary Renault
Editora: Faro Editoral  
Páginas: 416
Ano de publicação: 2024
Compre através deste link.

“Esta é a obra-prima de Renault. Um dos maiores romances históricos já escritos.” Sarah Waters, autora de Na ponta dos dedos e Os hóspedes Neste livro, Mary Renault explora os anos mais turbulentos da vida de Alexandre, o Grande, através dos olhos de Bagoas, seu amante, um jovem cuja família foi assassinada. Sequestrado e prostituído quando menino, Bagoas é vendido como cortesão ao rei Dario da Pérsia, mas encontra a liberdade com Alexandre depois que o exército da Macedônia conquista aquelas terras. A perspectiva de Bagoas revela a influência de seu relacionamento nas decisões do imperador, que enfrentou planos de assassinato, exigências de duas esposas estrangeiras e tinha de lidar tanto com as insubordinações de seu exército quanto com o próprio temperamento instável e agressivo. A narrativa de Bagoas coloca luz sobre esse personagem histórico de uma perspectiva única e pouco contada. É uma oportunidade rara de conhecer um dos maiores nomes da história em sua intimidade.


Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Jovem Persa, lançado pela editora Faro Editoral. O livro é de autoria de Mary Renault e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.    


Se você já conhece a Mary Renault, sabe que ela manda muito bem quando o assunto é ficção histórica. Ela tem uma habilidade incrível de mesclar acontecimentos históricos com dramas pessoais de maneira que você se sente parte da história. Jovem Persa não é exceção. Renault nos apresenta uma narrativa que explora o crescimento de um jovem persa chamado Bagoas, uma figura que realmente existiu e que viveu no século IV a.C., em meio ao conflito entre o Império Persa e o avanço de Alexandre, o Grande.

A história de Bagoas começa de maneira trágica, com a queda de sua família e a sua venda como escravo. É através de sua trajetória que acompanhamos a ascensão do Império Persa e a relação complexa que ele desenvolve com Alexandre. O livro é recheado de intrigas políticas, tensões culturais e, claro, a presença marcante da guerra. Mas o que se destaca mesmo é a maneira como Renault trata os temas de identidade e desejo, uma marca registrada dela.

Bagoas é um personagem fascinante. Ele começa a história como um jovem frágil e assombrado pelos horrores que presenciou, mas ao longo da narrativa vemos sua evolução em um contexto onde as questões de poder e submissão se entrelaçam com as relações pessoais. A relação que ele desenvolve com Alexandre é tanto emocional quanto política, o que gera um interessante contraste entre o mundo público da conquista e o mundo privado da intimidade.

A escrita de Renault é uma das grandes características da obra. Ela equilibra com maestria os detalhes históricos com os elementos emocionais e íntimos da vida de Bagoas. Cada cenário é cuidadosamente construído, com descrições vívidas que te fazem sentir o calor das terras persas, o som das batalhas e as intrigas palacianas. Renault consegue fazer com que a gente enxergue o mundo antigo através de lentes modernas, mas sem perder a autenticidade da época.

O livro também se destaca ao tocar em temas que ressoam profundamente na sociedade contemporânea. A identidade de Bagoas, um jovem que é constantemente marginalizado pela sua posição e pelas expectativas impostas pela sociedade, e sua luta para encontrar um lugar onde possa ser verdadeiramente ele mesmo, são questões que ainda hoje ecoam com força. A autora consegue, com sensibilidade, abordar o tema da sexualidade e das relações de poder sem cair em estereótipos ou caricaturas, oferecendo uma visão rica e multifacetada da complexidade humana.


O contexto histórico que Renault utiliza também merece destaque. A ambientação da Pérsia, um império grandioso que está no limiar da destruição pelas mãos de Alexandre, cria um pano de fundo dinâmico para os conflitos internos e externos de Bagoas. As tensões entre culturas, o declínio de um império e o nascimento de outro, tudo isso cria um cenário propício para a autora explorar as nuances do poder e da vulnerabilidade.

Jovem Persa, assim como suas outras obras, foi pioneiro ao explorar com franqueza o desejo homoafetivo, especialmente em uma época em que esse tema era raramente tratado na literatura. A Renault é uma escritora que entende a profundidade emocional de seus personagens e a importância de dar voz às suas experiências, o que torna seus livros não só relevantes historicamente, mas também profundamente humanos.

Essa foi a resenha de hoje! Se você já leu ou tem interesse no livro, comenta aqui embaixo e bora conversar mais sobre essa obra incrível! Até a próxima, galera!




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Leonardo Santos



Olá leitories! Meu nome é Leonardo Santos, tenho 28 anos, sou de São Paulo mas atualmente estou em Guarulhos cursando Letras! Minha paixão pela leitura começou desde muito cedo, e é um prazer compartilhar minhas leituras e experiência com vocês!

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