Organizadores: Dave Cullen
Editora: DarkSide Books
Páginas: 448
Ano de publicação: 2024
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O dia 20 de abril de 1999 deixou uma marca indelével na história norte-americana. O Massacre de Columbine pode não ter sido o primeiro tiroteio em massa, mas foi o primeiro da era digital ― e o primeiro de larga magnitude. Na esteira dos acontecimentos de Newtown, Aurora, Virginia Tech, Christchurch, Suzano e Ohio, torna-se cada vez mais urgente compreender e confrontar acontecimentos como o de Columbine. Nossa arma é reaprender a ouvir a dor que cresce em silêncio no outro e no cerne dos valores da nossa sociedade.Columbine é lembrado até os dias de hoje sempre que um episódio horrível e similar ocorre, mas boa parte do que sabemos sobre o massacre está errado. Erros factuais e testemunhos duvidosos propagados à época permanecem verdade absoluta para muitos; é fácil dizer que dois meninos rejeitados pelos atletas e pelas garotas, vítimas de bullying, que vestiam sobretudos e descontavam sua raiva em videogames violentos fizeram o que fizeram por essas razões, mas até que ponto isso é real?
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Columbine lançado pela editora DarkSide Books. O livro é de autoria de Dave Cullen e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Pouco conhecia sobre o massacre de Columbine. Eu tinha apenas quatro anos quando, em março de 1999, quando as pessoas do distrito Jefferson County assistiram uma das maiores tragédias tomarem cena nos corredores da escola de Columbine. No decorrer da década seguinte, soube do tiroteio que aconteceu e vi sua enorme repercussão no mundo conforme matérias sobre o massacre tomavam os canais de notícia e filmes baseado naquele dia eram produzidos. Mas tudo o que eu sabia era a escala do tiroteio, pouco sobre os dois adolescentes que o protagonizaram.
Quando recebi Columbine em casa confesso que fiquei bem intrigado, afinal eu já conhecia sobre o assunto e me parecia exagero um livro tão volumoso para um evento que, por mais que fosse muito trágico, ocorrera em um dia. Suas quatrocentas páginas ao início me pareceram muito, mas mesmo assim comecei a minha leitura motivado a entender mais sobre Eric e Dylan, os dois adolescentes que conforme eu disse antes, foram responsáveis pelo massacre.
Columbine, flower bloom, tenderly I sing to you. Columbine, rose blood red, heartbreak overflow my head.Columbine, flower bloom. Columbine there's hope for you. Columbine, friend of mine.
Mas o que levou Eric Harris e Dylan Klebold a cometerem tal atrocidade? Pois bem, tal pergunta circulou por anos na imprensa e na mídia em geral. Muitos veículos especulavam sobre os motivos que fizeram os dois meninos a tomarem uma ação tão violenta quanto essa. os ferimentos desse massacre se perpetuam na nossa história, sendo ele responsável por uma onda intensa de ataques em ambientes escolares. Como podemos começar a entender uma violência dessas?
Dave Cullen é um jornalista de renome e acompanhou o Massacre de Columbine atentamente, responsável por então organizar os eventos como eles realmente ocorreram, o que o jornalista trás em Columbine é justamente os efeitos do tiroteio e como fatores externos (como a mídia) auxiliaram no caos. É impressionante a precisão de Cullen ao descrever o planejamento de Dylan e Eric, assim como a execução do plano nefasto. De acordo com a obra, os dois adolescentes planejaram o massacre por mais de um ano, entretanto, ele não saiu conforme planejado.
Nós vemos o massacre como um tiroteio, mas poderia ser muito pior do que isso. Bombas foram levadas por Eric e Dylan para a escola de Columbine naquele dia e instaladas no pavilhão do refeitório. A bomba estava marcada para explodir no horário de maior movimento no local. O plano dos garotos era assistir a explosão do lado de fora e fuzilar quem quer que saísse do local, no entanto (e felizmente), as bombas não explodiram. Caso tivessem, o número de mortos seria muito maior.
Essa informação É assustadora, sim. Todavia extremamente necessária para entendermos o que foi Columbine, Dave Cullen trás a seriedade que o assunto merece e faz um excelente trabalho fazendo uma análise de perfil( embasada por psicólogos e especialistas) de Eric e Dylan. Além disso, trabalha muito bem o desserviço realizado pela mídia na época.
Enquanto o tiroteio acontecia em Columbine, estudantes e professores escondiam-se nas salas da escola. Todos tentavam ligar para a polícia, entretanto devido as linhas ocupadas, muitos ligavam para as emissoras locais de tevê que reportavam o massacre. Columbine foi uma das primeiras tragédias do tipo a ter transmissão ao vivo, inclusive de pessoas que estavam dentro do prédio conversando com repórteres. Em uma das conversas um garoto quase passa a informação do local aonde estava escondido para o âncora do jornal. Isso poderia facilmente atrair a atenção dos atiradores (que poderiam ou não estar assistindo).
Além disso, muita desinformação foi repassada nos meses que se seguiram, principalmente na questão do porquê Eric e Dylan fizeram aquilo. Isso levou a muitos extremistas em fóruns de internet aplicarem uma "causa radical" como motivação, criando um discurso de ódio que foi propagado e incentivado por muitos.
Essas questões são aplicadas em Columbine, Dave fala muito bem sobre cada uma delas no livro e nos faz compreender um pouco mais sobre a magnitude do massacre. O autor alerta também sobre como a mídia pode criar malefícios e sobre como a saúde mental NECESSITA de mais atenção pelos órgãos públicos e federais.
Can you still hear raging guns,Ending dreams of precious ones?In God's son, hope will come,His red stain will take our pain.