Organizadores: Emil Ferris
Editora: Quadrinhos na Cia
Páginas: 416
Ano de publicação: 2024
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Com o tumultuado cenário político da Chicago dos anos 1960 como pano de fundo, Minha coisa favorita é monstro é narrado por Karen Reyes, uma garota de dez anos completamente alucinada por histórias de terror. No seu diário, todo feito em esferográfica, ela se desenha como uma jovem lobismoça e leva o leitor a uma incrível jornada pela iconografia dos filmes B de horror e das revistinhas de monstro. Quando Karen tenta desvendar o assassinato de sua bela e enigmática vizinha do andar de cima ― Anka Silverberg, uma sobrevivente do Holocausto ― assistimos ao desenrolar de histórias fascinantes de um elenco bizarro e sombrio de personagens: seu irmão Dezê, convocado a servir nas forças armadas e assombrado por um segredo do passado; o marido de Anka, Sam Silverberg, também conhecido como o jazzman “Hotstep”; o mafioso Sr. Gronan; a drag queen Franklin; e Sr. Chugg, o ventríloquo.Num estilo caleidoscópico e de virtuosismo estonteante, Minha coisa favorita é monstro é uma obra magistral e de originalidade ímpar.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Minha coisa favorita é monstro, lançado pela editora Quadrinhos na CIA. O livro é de autoria de Emil Ferris e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
A história é narrada por Karen Reyes, uma jovem garota em meio ao caótico cenário político de Chicago nos anos 1960. Karen vive sua infância sob a sombra de um amor desmedido por histórias de terror e, através de seu diário ilustrado feito em esferográfica, Ferris nos apresenta uma narrativa visual que mistura o grotesco com o sublime, refletindo a forma como Karen vê o mundo: como uma jovem lobisomem, desbravando o desconhecido.
Karen se transforma em nossa guia por uma jornada que não só explora sua própria identidade, mas também os horrores e belezas da vida ao seu redor. Tudo ganha um novo tom quando ela se depara com o misterioso assassinato de sua vizinha, Anka Silverberg, uma sobrevivente do Holocausto. Essa busca por respostas leva Karen a interagir com um série de personagens BIZARROS! Que inclui seu irmão Dezê, um soldado com um passado obscuro, e Sam Silverberg, o marido de Anka, um jazzman cheio de segredos.
As ilustrações presentes nesse livro são medonhas e simplesmente deslumbrantes. Os desenhos, com suas linhas estranhas e detalhes vívidos, não apenas complementam a narrativa, mas também a elevam a um patamar que eu não vi em nenhuma graphic novel até hoje. As influências dos filmes B de horror e das histórias em quadrinhos ficaram evidentes conforme fui pesquisar mais sobre a obra, o que combina perfeitamente já que a atmosfera varia entre o lúdico e o macabro, o que é particularmente eficaz na construção do clima de mistério.
O talento de Ferris se destaca não apenas na criação de um mundo visual, mas também na forma como aborda temas desse primeiro volume: Identidade, trauma e a busca por verdade em um universo que parece desmoronar ao redor de Karen. Através de sua perspectiva única, somos levados a refletir sobre como as narrativas de horror, tanto na ficção quanto na vida real, podem servir como um espelho para nossas próprias experiências e medos.
Por fim, esse livro me surpreendeu muito. Entendi agora o porquê dele ser tão premiado (com o Eisner e o Fauve D'or) a obra é uma ode à imaginação, à arte e à complexidade das relações humanas. É uma leitura que deixa marcas, tanto pela sua beleza estética quanto pela sua profundidade emocional. Uma verdadeira obra-prima que se destaca na literatura gráfica contemporânea, que certamente conquistará o coração de qualquer amante da arte e da narrativa.