Organizadores: William Golding
Editora: Suma HQ
Páginas: 352
Ano de publicação: 2024
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“Nós somos o quê? Humanos? Ou animais?” Um avião cai em uma ilha deserta e os únicos sobreviventes são um grupo de meninos em idade escolar. Durante o dia, eles exploram as praias exuberantes e aproveitam as brincadeiras sem a supervisão de nenhum adulto. À noite, são assombrados por pesadelos com um monstro assustador e tudo o que perderam.Órfãos de qualquer civilização que os ampare, eles precisam se organizar e criar as próprias regras, mas não demora até que o grupo se divida e as brincadeiras, antes inocentes, tomem um rumo sombrio.Romance fundamental da literatura contemporânea e precursor de distopias como Jogos vorazes , Battle Royale e A dança da morte , a graphic novel de Senhor das Moscas é uma releitura magnífica do clássico de William Golding pelo talento de Aimée de Jongh, que traz um novo olhar às paisagens bucólicas e violentas da ilha.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Senhor das moscas, lançado pela editora Suma HQ. O livro é de autoria de William Golding, foi ilustrado por Aimée de Jongh e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
O senhor das moscas é um daqueles livros que parecem ter sido escritos para nos deixar desconfortáveis, sabe? Publicado originalmente em 1954 e agora, com essa adaptação para os quadrinhos, o clássico de Golding ressurge com um olhar colorido e visualmente impactante, das belíssimas e sombrias ilustrações de Aimée de Jongh.
Um avião cai numa ilha deserta e os únicos sobreviventes são um grupo de meninos em idade escolar. Sem a supervisão de adultos, eles rapidamente percebem que precisam se organizar para sobreviver. A ilha paradisíaca, inicialmente um playground gigante onde as crianças se divertem livremente, logo se torna o cenário de uma luta brutal pela sobrevivência. E aí que as coisas começam a ficar sérias.
O contraste entre o cenário tropical e o comportamento cada vez mais selvagem dos meninos é um dos grandes trunfos da obra. Golding cria uma atmosfera sufocante ao mostrar como a ordem social se desfaz quando a civilização desaparece, e os quadrinhos de Aimée capturam isso de forma perfeita. As ilustrações dela, ao mesmo tempo inquietantes, recria esse ambiente paradisíaco que esconde uma escuridão crescente, à medida que o grupo de meninos se divide entre os que tentam manter a ordem e aqueles que sucumbem ao caos.
Ralph, o líder natural, tenta manter algum senso de civilização, criando regras e incentivando o grupo a trabalhar em conjunto. Mas Jack, outro dos meninos, representa a tentação do poder e da violência, liderando uma facção que rejeita a civilidade em favor da caça e da dominação. A partir daí, o conflito entre os dois grupos toma conta da narrativa, e as brincadeiras inocentes dão lugar a rituais assustadores e atos de violência inimagináveis.
Essa adaptação em quadrinhos consegue trazer uma nova dimensão à história. A linguagem visual de Aimée de Jongh nos guia pelas paisagens bucólicas e violentas da ilha. O traço dela é expressivo e detalhado, transmitindo as emoções dos personagens de forma quase palpável. A angústia, o medo e a tensão crescentes estão ali, estampados nos rostos das crianças, e a arte eleva ainda mais a brutalidade da história.
A importância desse clássico na literatura contemporânea é inegável, e ele é precursor de distopias que hoje conhecemos e amamos, como Jogos Vorazes e Battle Royale. Com a adaptação para os quadrinhos, O senhor das moscas se torna ainda mais acessível para novas gerações, que podem descobrir o poder dessa narrativa em uma nova forma.
Se você ainda não leu O senhor das moscas, essa graphic novel é uma excelente porta de entrada. Aimée de Jongh conseguiu pegar toda a essência do texto de Golding e transformá-la em algo visualmente impactante, sem perder a profundidade da reflexão sobre a condição humana.
E aí, quem já leu ou pretende ler? Me conta aí nos comentários! Até a próxima, pessoal!