Organizadores: Fernando Pessoa
Editora: Global
Páginas: 672
Ano de publicação: 2024
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Com o primeiro volume de Poesia Autónima , temos acesso a uma porção de suprema importância dos versos que os estudiosos passaram a considerar como concebidos pela persona poética de Pessoa. Os poemas presentes neste tomo inicial datam desde o início de sua carreira como escritor até o ano de 1930.Assim como nas edições de Pessoa que vem sendo publicadas pela Global , este Segundo volume da Poesia Autónima teve o trabalho de edição da pesquisadora Teresa Rita Lopes, professora catedrática de Literaturas Comparadas da Universidade Nova de Lisboa (Portugal) e que tem dedicada toda uma vida acadêmica ao estudo dos escritos do célebre e maior escritor português.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Poesia Autónima: Volume 2, lançado pela editora Global. O livro é de autoria de Fernando Pessoa, foi editado por Teresa Ríta e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Se você já se encantou com os heterônimos de Pessoa, como Alberto Caeiro, Ricardo Reis ou Álvaro de Campos, agora é a hora de explorar outra faceta do poeta com esta coletânea organizada pela Global Editora. Fernando Pessoa é um daqueles autores que carregam muitas camadas, e com o segundo volume de "Poesia Autónoma", entramos mais fundo na alma poética que muitos consideram a "persona verdadeira" do autor, ou seja, versos assinados por ele mesmo, sem os heterônimos que conhecemos tão bem.
Essa coletânea traz poemas de uma fase que se estende entre 1930 e 1935, revelando o fluxo contínuo de transformação na obra de Pessoa. Embora seja difícil separar o poeta dos seus famosos heterônimos, "Poesia Autónoma" nos permite observar um Fernando Pessoa mais direto e, ao mesmo tempo, enigmático. Aqui, ele parece despojado das máscaras que usou em boa parte de sua carreira, mas isso não significa que seus poemas sejam menos profundos ou misteriosos.
Uma das características mais marcantes desse volume é a forma como os temas existenciais ganham destaque. Pessoa sempre foi um mestre em explorar as inquietações da alma, o medo do desconhecido e as angústias da condição humana, e esses temas se tornam ainda mais evidentes nesta coletânea. A sensação de deslocamento e o olhar questionador sobre o mundo aparecem em versos que flertam com a melancolia e, em muitos momentos, com o pessimismo, mas sempre com aquela elegância e clareza que só Pessoa tem.
Um dos pontos altos dessa edição é o trabalho cuidadoso de Teresa Rita Lopes, uma das maiores especialistas na obra do poeta. A organização e a edição dos textos foram feitas de maneira a criar uma experiência fluida; A sensibilidade da professora em lidar com a obra de Pessoa nos dá uma visão mais completa, até porque esses poemas, embora assinados por ele mesmo, ainda carregam aquela multiplicidade de vozes e perspectivas que sempre foram a marca registrada do autor.
Agora, uma coisa que não pode passar despercebida é a beleza das edições da Global. A capa é simples, mas elegante, com um cuidado estético que condiz com a grandiosidade da obra de Pessoa. Se você já tem em sua estante o Livro do Desassossego ou as coletâneas dos heterônimos, esse volume de "Poesia Autónoma" é um complemento perfeito para entender o poeta em sua totalidade. A editora continua a fazer um trabalho de curadoria impressionante, mantendo a poesia de Pessoa acessível e, ao mesmo tempo, preservando sua complexidade.