19 de outubro de 2024

RESENHA: REGRAS PARA RADICAIS

 




Organizadores: Saul Alinsky
Editora: Boitempo
Páginas: 240
Ano de publicação: 2024
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Publicado pela primeira vez em 1971, Regras para radicais, do estadunidense Saul Alinsky, foi escrito em meio a efervescências políticas como a Guerra do Vietnã e a luta pelos direitos civis. A obra, que desde então virou referência na formação de ativistas, apresenta os princípios teóricos e políticos do movimento de organização das comunidades estadunidenses, em especial as urbanas. Como um guia político, Regras para radicais traz ideias e orientações para mudanças sociais a partir de construções coletivas, além de abordar os princípios organizativos e de formação de lideranças populares.


Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Regras Para Radicais: Guia Prático Para a Luta Social, lançado pela editora Boitempo. O livro é de autoria de Saul Alinsky, tem tradução de Nélio Schneider e a resenha foi escrita por Leonardo Santos. 


Publicado em 1971, "Regras para Radicais" nasce no calor de uma época fervilhante: a Guerra do Vietnã, as lutas pelos direitos civis nos Estados Unidos, e as transformações políticas globais. Alinsky, que já tinha uma longa carreira como organizador comunitário, consolidou aqui sua experiência e suas táticas para ativistas que desejavam, de fato, transformar a sociedade a partir da base. E, galera, o que ele propõe vai muito além do que a gente entende como ativismo superficial. Alinsky é radical no sentido literal da palavra: ele vai à raiz do problema e convida a gente a pensar como derrubar estruturas de poder com estratégia e organização.


O que mais me chamou a atenção na obra é a clareza com que ele apresenta as táticas. Não é apenas uma filosofia política, é um guia prático para ativistas. Alinsky divide sua metodologia em princípios que visam fortalecer as comunidades, unindo-as em torno de objetivos comuns e mostrando que o poder só é possível através da união e da ação organizada. Ele ensina, por exemplo, como identificar líderes, como articular uma campanha e como trabalhar com o que ele chama de "o lado mais frágil da sociedade" — aqueles que têm pouco poder econômico, mas que, com a estratégia correta, podem desafiar os poderosos.


Entre as “regras” de Alinsky, algumas se destacam pela atualidade e perspicácia. Ele defende que o revolucionário não pode ser ingênuo: para que haja mudança real, é preciso entender que o sistema só se transforma através de reformas sucessivas, algo que exige paciência, planejamento e muito pragmatismo. “Revolução tem de ser precedida de reforma”, ele diz. E essa visão é essencial em tempos como o nosso, onde a concentração de poder, especialmente com as big techs e a ascensão de movimentos conservadores, parece esmagadora.


Outro ponto interessante da obra é o reconhecimento das contradições como motor de mudança. Alinsky não vê o mundo de forma simplista: para ele, são justamente as tensões entre opostos que geram o ambiente criativo necessário para revoluções. Essa visão está presente ao longo do livro e serve como um lembrete para aqueles que, muitas vezes, se frustram com a lentidão das mudanças sociais. É preciso trabalhar com as contradições, não negá-las.

Além disso, Alinsky era muito claro sobre a importância de focar em soluções reais para problemas concretos. Ele criticava o que hoje a gente poderia chamar de "ativismo de palco", que se preocupa mais com visibilidade pessoal do que com resultados. Sua proposta de liderança era centrada na comunidade, e não na figura de um líder carismático. Para ele, o verdadeiro poder estava em capacitar as pessoas a se organizarem e a lutarem pelos seus interesses.


Por fim, esse livro é uma verdadeira aula sobre como organizar movimentos sociais e buscar mudanças efetivas. Se você se interessa por ativismo, luta política e transformação social, esse livro é praticamente uma bíblia do engajamento comunitário e da mobilização popular.

 


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Leonardo Santos



Olá leitories! Meu nome é Leonardo Santos, tenho 28 anos, sou de São Paulo mas atualmente estou em Guarulhos cursando Letras! Minha paixão pela leitura começou desde muito cedo, e é um prazer compartilhar minhas leituras e experiência com vocês!

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