Organizadores: Graciliano Ramos
Editora: Global
Páginas: 96
Ano de publicação: 2024
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Este clássico da nossa literatura infantojuvenil ganha, agora, nova vida com as vibrantes ilustrações de Luiza de Souza, a @ilustralu. Esta edição inédita de A terra dos meninos pelados é uma celebração da obra atemporal de Graciliano Ramos e uma oportunidade para os leitores de todas as idades se encantarem com a beleza e a profundidade desta história.A dureza do olhar daqueles que estranhavam sua fisionomia, levam Raimundo a mergulhar num mundo só seu, onde encontra outras crianças como ele. Assim, a jornada se desenrola na imaginária de Tatipirun, criada pelo menino como refúgio dos olhares e comentários maldosos de sua cidade natal. Em Tatipirun, o garoto descobre um local em que as diferenças são celebradas e a independência de ser quem você é não é apenas aceita, mas valorizada.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro A terra dos meninos pelados, lançado pela editora Global. O livro é de autoria de Graciliano Ramos e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Então, se você acha que conhece bem o Graciliano por suas obras mais sérias e densas, tipo Vidas Secas, prepare-se para algo diferente. Neste livro, lançado originalmente em 1937 e agora reeditado com as ilustrações da @ilustralu, vemos uma faceta mais leve, mas não menos profunda, do autor.
Aqui, Graciliano nos apresenta Raimundo, um menino diferente, com um olho azul, outro preto e sem cabelos. Logo de cara, ele enfrenta o preconceito da sua cidade natal, onde as pessoas estranham sua aparência.
Tatipirun é um lugar mágico, onde Raimundo se depara com outras crianças que, como ele, são únicas. E é nesse universo que a gente encontra uma das mensagens mais bonitas do livro: as diferenças não só são aceitas, como celebradas. Enquanto no "mundo real" Raimundo é isolado e discriminado, em Tatipirun ele encontra amigos, liberdade e a chance de ser quem realmente é, sem medo ou vergonha.
E aí vem a genialidade do Graciliano, né? Mesmo em um livro infantojuvenil, ele não poupa a complexidade emocional. A terra dos meninos pelados é, sim, uma narrativa encantadora e acessível, mas também aborda temas delicados como a discriminação e a busca por liberdade.
Raimundo é um menino que representa todas as crianças (e, por que não, os adultos) que se sentem deslocadas, que não se encaixam nos padrões impostos pela sociedade. Através da fantasia, Graciliano nos dá uma lição sobre empatia, sobre como é fundamental encontrar um espaço onde nossas diferenças sejam vistas como pontos fortes e não fraquezas.
Agora, sobre essa nova edição, preciso destacar o trabalho incrível da IlustraLu. As ilustrações dão um frescor para a história, trazendo cores e detalhes que ampliam ainda mais a imersão no mundo de Tatipirun.
Os personagens que Raimundo encontra ao longo da sua jornada – como a princesa Caralâmpia, sinhá rã e as aranhas vermelhas – ganham vida nas páginas de forma espetacular. O traço é irreverente, moderno e complementa a obra de Graciliano de uma maneira que dialoga tanto com os leitores mais jovens quanto com os mais velhos, que podem revisitar o livro com uma nova perspectiva.
Então é isso, galera! Se vocês ainda não leram A terra dos meninos pelados, tá aí uma dica imperdível. Uma obra que, além de encantar com sua simplicidade, traz uma reflexão super atual sobre respeito às diferenças e a importância de encontrar seu lugar no mundo. Leiam, se emocionem e, claro, compartilhem suas impressões com a gente! Até a próxima resenha!