RESENHA: ANATOMIA DO MAL

 

Organizadores:  Cris Glaudma 

Editora:  Independente

Páginas:  

Ano de publicação: 2024

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Desde pequena, Maria Luiza vive um relacionamento disfuncional com sua mãe, Vera. Uma mulher narcisista que não demonstra qualquer tipo de conexão real com a garota menina que por diversas situações difíceis e humilhantes, sempre na tentativa de conseguir o afeto e o carinho da mãe. A narrativa da protagonista nos leva por uma jornada entremeando o passado e o presente, enquanto Malu persegue seus objetivos e busca conquistar a vida do jeito que sempre sonhou e acredita merecer. Já adulta, e trabalhando como enfermeira pediátrica, a mulher conhece Levi.O juiz é um homem que se tornou viúvo há pouco tempo e precisa de ajuda para cuidar de sua filha, uma bebê que foi diagnosticada com AME tipo 1. O casal tenta, mas eles não conseguem evitar a atração que sentem um pelo outro e acabam se envolvendo. Ambientado entre os anos 70 e 90, acompanhamos uma jornada intrigante, permeada por uma série de mortes em uma narrativa insuspeita, até que os fatos começam a ser esclarecidos sob outro ponto de vista. O que acontecerá com Malu e seus planos quando os fantasmas do passado ressurgirem para revelar as suas versões dessa história? Confira esse thriller psicológico repleto de camadas, que surpreende pela narrativa intrigante e pelas histórias dos seus personagens.

 

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Anatomia do mal, lançado da maneira independente. O livro é de autoria de Cris Glaudma e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.

Desde cedo, Maria Luiza — ou Malu, como é chamada — enfrenta uma relação marcada pela frieza e desconexão com a mãe, Vera, uma mulher dominadora e narcisista. Com um vazio que só cresce, a menina se sujeita a situações humilhantes, numa tentativa incessante de conquistar o amor que tanto espera. O que Malu recebe, no entanto, é uma sucessão de desprezos e manipulações, que marcam sua infância e a empurram para uma vida adulta repleta de traumas.

"Não foi a primeira vez que ela brigou comigo. Tenho certeza disso. Mas foi a primeira que ficou gravada a ferro na memória. O ódio. A fúria. O desprezo. Tudo que ela cuspiu na minha cara. A culpada por sua infelicidade. Passei o dia me escondendo dela. Sendo sacudida pela mulher furiosa sempre que me encontrava encolhida em algum lugar. O cheiro azedo da bebida empesteando o ambiente."

 

Pulando entre o passado e o presente, a narrativa nos leva a acompanhar a jornada de Malu na busca por uma vida diferente, uma vida que finalmente lhe permita viver o que sempre sonhou e sente que merece. Já adulta, trabalhando como enfermeira pediátrica e determinada a se erguer, Malu conhece Levi, um juiz recentemente viúvo e pai de uma bebê diagnosticada com AME tipo 1. A necessidade de apoio para cuidar da filha os aproxima, mas não demora muito para que a atração entre eles se torne impossível de ignorar.

Ambientado entre as décadas de 70 e 90, esse thriller psicológico mergulha nas sombras da mente humana, desenrolando uma sequência de mortes aparentemente desconexas. Mas, aos poucos, o que parecia um enredo de drama familiar começa a se transformar em algo muito maior. Em uma narrativa que vai revelando camadas inesperadas, acompanhamos as consequências de um passado que nunca foi resolvido.

UMA HISTÓRIA CHEIA DE TWISTS! Com certeza eu não esperava algumas das reviravoltas das quais Glaudma propôs em "Anatomia do Mal". Vi que esse não é o primeiro livro da autora e isso fica óbvio quando nos aprofundamos nessa narrativa. Com os capítulos intercalados, vamos conhecendo melhor Malu em todas as suas facetas no decorrer do livro: e olha, ele surpreende muito. 

Logo no começo Cris já cria uma atmosfera bem sombria e violenta, e ela só cresce no decorrer da história. À princípio, o romance entre Malu e o juíz Levi é bela e muito singela, mas será que ela não está escondendo nada? Bom, isso você descobrirá conforme lê! 

"Não precisei mais olhar em sua direção, porém. Mesmo hoje preciso apenas fechar os olhos. Então eu a vejo. A pele macilenta e de coloração estranha. Inchada. Soltando dos ossos. Lembrei-me do quanto ela tinha orgulho das curvas do seu corpo. Ela usava todo seu poder de sedução para conseguir o que queria dos inúmeros amantes. O conjunto da obra sendo usado como uma espécie de moeda de troca. Vera nunca amara ninguém. Era incapaz disso. Posso dizer que ela sentira obsessão por um deles. Aquele que ela jurava ser meu pai."

Malu, que finalmente vislumbrava a felicidade, se vê confrontada pelos fantasmas que, pouco a pouco, expõem novas versões e segredos que Vera e outros personagens mantiveram enterrados. A pergunta inevitável surge: até onde Malu conseguirá ir quando tudo que construiu começar a ser ameaçado? Enfim! Esse com certeza é um thriller psicológico que prende pelas reviravoltas e também por todo o peso que a autora coloca em sua narrativa.