26 de novembro de 2024

RESENHA: CARTILHA DE DEBOCHE

 


Organizadores:  
Editora:  Voe
Páginas:  106
Ano de publicação: 2024
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Spoiler: este livro é um deboche. E é contraindicado para pessoas amargas e caretas. Dotada de maestria, domínio e refinamento de linguagem como poucos são capazes, nesta Cartilha do Deboche, a autora se dedica a temas complexos, disfarçados como contos cotidianos. Desde os mineiros, que são geograficamente perdidos, a uma vedete que conheceu a decadência após brilhar nos palcos, passando por uma conversa aleatória com uma senhora que estava no túmulo de Jim Morrison, até questões de relacionamento, fugacidade da vida e autoestima, nada passa desapercebido ao olhar atento de Sys. Caro leitor(a), aproveite este livro sem moderação, mas atenção: em caso de escolha irredutível por mau humor e amargura, não leia. Siga a sugestão do prefácio, e o jogue longe. Pois é simplesmente impossível sair desta leitura sem dar boas risadas e perceber que sim, a vida é mesmo surpreendente. Mesmo quando as coisas não colaboram. Os contos aqui presentes possuem assuntos diversos, e todos tocam uma visão única e inusitada. Uma certa lente decidida a ver o outro lado da moeda. Certamente, você está diante de um livro raro. Um tipo especial. Não resista. Vale a leitura de cada linha.

 

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Cartilha do Deboche: Textos e Historietas para matar o Tempo, lançado pela editora Viseu. O livro é de autoria de Sys e a resenha foi escrita por Leonardo Santos. 


A "Cartilha do Deboche" é uma leitura difícil de classificar, exatamente como prometido. Nas páginas deste livro, Sys (a autora) apresenta uma coleção de contos e anedotas que se destacam pela sagacidade, acidez e, acima de tudo, por uma crítica afiada aos absurdos da vida cotidiana. Este é um daqueles livros que parece feito sob medida para quem aprecia uma boa dose de sarcasmo e um olhar pouco convencional sobre o mundo.


Com uma narrativa que equilibra o humor mordaz e uma ironia refinada, Sys nos conduz por histórias que, à primeira vista, podem parecer apenas curiosas, mas que acabam revelando camadas mais profundas e universais.

O talento da autora é evidente. Desde os detalhes sutis dos personagens, como o tal Antenor, que é julgado no inferno pela sua "burrice," até a vedete que conheceu o ápice e a decadência em sua carreira, cada conto possui uma ironia narrativa que só pode vir de um domínio absoluto da linguagem. Sys escreve com a confiança de quem conhece as sutilezas e ambiguidades da vida e não teme expor o ridículo que há nelas. E é exatamente essa postura sem medo que torna a leitura tão envolvente e inesperada.


Dentre os contos mais marcantes, um destaque especial vai para o episódio da mulher que, durante um congresso acadêmico na UFMG, provoca um constrangimento e reflexões ao afirmar que "mineiros são perdidos." Essa anedota, aparentemente banal, revela uma das maiores forças do livro: a capacidade de transformar situações cotidianas em reflexões afiadas sobre identidade, pertencimento e até mesmo os nossos próprios preconceitos. Sys não apenas nos faz rir, mas também nos faz pensar no que realmente define cada um de nós e nas ironias que permeiam o nosso dia a dia.


O grande trunfo da "Cartilha do Deboche" está na forma como cada história é moldada para nos fazer rir enquanto pensamos naquilo que estamos lendo. Sys não escreve para quem procura uma leitura leve e inofensiva. Pelo contrário, o tom provocativo e, em alguns momentos, até cáustico, exige que nos entregamos e estejamos dispostos a enxergar as falhas e contradições dos personagens — e, quem sabe, as próprias. Sys tem o talento raro de nos fazer rir, mesmo quando o tema é trágico ou desconcertante, lembrando-nos de que, no fim das contas, a vida é mesmo um conjunto caótico de surpresas.

"Cartilha do Deboche" não é um livro para ser lido às pressas. Cada conto pede uma pausa para reflexão, um sorriso enviesado, e, principalmente, um certo desprendimento das convenções. É um convite para quem não se leva tão a sério e está disposto a enxergar o mundo por uma lente decidida a desafiar o óbvio.


 

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Leonardo Santos



Olá leitories! Meu nome é Leonardo Santos, tenho 28 anos, sou de São Paulo mas atualmente estou em Guarulhos cursando Letras! Minha paixão pela leitura começou desde muito cedo, e é um prazer compartilhar minhas leituras e experiência com vocês!

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