21 de novembro de 2024

RESENHA: CHAMA EXTINTA

 


Organizadores:   K. A. Cobell 
Editora:  Plataforma 21
Páginas:  372
Ano de publicação: 2024
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Na reserva indígena Blackfeet, quatro adolescentes vão parar no meio de uma investigação policial depois que o corpo de uma jovem é encontrado. Mara, Loren, Brody e Eli têm trajetórias bem distintas e motivos suficientes para não confiarem uns nos outros. Mas se não se unirem para encontrar o verdadeiro assassino, sabem que podem acabar levando a culpa – ou, pior, sendo as próximas vítimas. Desde que se mudou para a reserva Blackfeet, Mara Racette se sente deslocada, sem conseguir se enturmar com o grupo fechado dos colegas de classe. Por isso, quando Loren Arnoux, uma garota que ainda convive com a dor do desaparecimento da irmã, a convida para participar de uma tradicional cerimônia Blackfeet, Mara pensa que, enfim, vai começar a se enturmar.  

 

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Chama extinta; lançado pela editora Plataforma 21. O livro é de autoria de  K. A. Cobell  e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.   


Logo nas primeiras páginas de "Chama Extinta," somos transportados para a reserva Blackfeet, um território impregnado de história, tradição e dor. O desaparecimento de Rayanne "Charging at Night" Arnoux serve como ponto de partida para essa história que, logo no começo do livro, percebi ser um reflexo potente da realidade enfrentada pelas comunidades indígenas da América do Norte, onde desaparecimentos e assassinatos de mulheres são frequentemente ignorados por autoridades e relegados ao esquecimento.

O desaparecimento de Rayanne se entrelaça com o brutal assassinato de Samantha durante uma celebração. Esses eventos funcionam como um catalisador para a narrativa, que ganha corpo e profundidade através de quatro perspectivas distintas: as vozes de personagens que carregam tanto o peso do luto quanto a necessidade de sobreviver em um sistema que insiste em silenciá-los.

Cobell constrói seus personagens com uma habilidade impressionante. Cada um deles carrega seus próprios traumas e motivações, enquanto tentam compreender os mistérios que cercam Rayanne e Samantha. A amizade, a desconfiança e os laços culturais são explorados de forma delicada, tornando impossível não se conectar emocionalmente com a jornada de cada um.


"Chama Extinta" não se limita ao suspense; ele é um grito de alerta. Cobell aborda temas cruciais, como a epidemia de Mulheres Indígenas Desaparecidas e Assassinadas (MMIW) e a negligência sistêmica que perpetua esses casos. A narrativa ilumina o impacto devastador de tais crimes não apenas nas vítimas, mas em toda a comunidade, mostrando como o silêncio institucional perpetua um ciclo de dor e impunidade.

Ao longo do livro, somos também apresentados à rica cultura dos Blackfeet. As tradições e crenças desse povo são cuidadosamente inseridas na narrativa, funcionando tanto como âncora emocional para os personagens quanto como contraponto às dificuldades enfrentadas por eles.


O ritmo desse livro é construído de forma magistral: enquanto o mistério avança, os detalhes culturais e sociais são habilmente costurados na trama. A prosa de Cobell é ao mesmo tempo poética e incisiva, permitindo que a história flua sem perder a intensidade. É impossível terminar "Chama Extinta" sem refletir sobre as questões abordadas no livro e sobre o impacto que histórias como essa têm em nosso entendimento do mundo.

Assim, considero que essa é uma leitura obrigatória para quem busca entender realidades que muitas vezes são ignoradas. "Chama Extinta" é uma combinação poderosa de suspense, crítica social e celebração da cultura indígena. A história prende, emociona e, acima de tudo, nos faz pensar.





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Leonardo Santos



Olá leitories! Meu nome é Leonardo Santos, tenho 28 anos, sou de São Paulo mas atualmente estou em Guarulhos cursando Letras! Minha paixão pela leitura começou desde muito cedo, e é um prazer compartilhar minhas leituras e experiência com vocês!

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