Organizadores: Cat Bohannon
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 616
Ano de publicação: 2024
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Doses padronizadas de antidepressivos são prescritas igualmente a homens e mulheres, mesmo com os indícios de que o efeito em cada sexo pode ser diferente. As mulheres têm mais chance de morrer de infarto ― embora tenham menos probabilidade de infartar: é que os sintomas específicos nelas nem sempre são identificados a tempo. Em Eva , a cientista Cat Bohannon explica toda a ciência por trás do sexo feminino, analisando os últimos 200 milhões de anos. Ao recuperar nossas "ancestrais evolutivas", o livro não propõe apenas uma revisão de nossa história, mas uma correção urgente e necessária para um mundo que se concentrou ― por tempo demais ― no corpo masculino cisgênero. As descobertas de Bohannon ― que vão desde as mudanças na estrutura corporal causadas pelas cesarianas até as semelhanças entre o pus e o leite materno ― mudarão tudo o que você acha que sabe sobre a evolução humana. Com humor afiado e baseado nas pesquisas científicas mais recentes, Eva mostra como compreender essas especificidades é uma forma de conhecer mais a nós mesmos enquanto espécie ― e a cuidar de cada pessoa, independentemente de identidade de gênero ou sexo biológico, da melhor forma possível.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Eva: Como o corpo feminino conduziu 200 milhões de anos de evolução humana, lançado pela editora Companhia das Letras. O livro é de autoria de Cat Bohannon e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Em "Eva", a autora faz um estudo com um olhar focado nas particularidades do corpo feminino, algo que a ciência negligenciou por muito tempo. Ela propõe uma correção urgente para um mundo que, até aqui, se concentrou quase exclusivamente no corpo masculino como o padrão biológico, além de nos convidar a considerar as ancestrais evolutivas, analisando como aspectos como o parto, o ciclo menstrual e até mesmo o leite materno moldaram nossa espécie ao longo dos últimos 200 milhões de anos.
Um exemplo poderoso disso é a questão das dosagens padronizadas de medicamentos, como os antidepressivos. Bohannon ressalta que as mulheres, apesar de terem respostas biológicas diferentes, ainda são tratadas com as mesmas doses que os homens, o que pode ter consequências graves.
Da mesma forma, ela chama atenção para o fato de que, embora as mulheres tenham menos probabilidade de sofrer um infarto, elas são mais propensas a morrer em decorrência dele. Isso acontece porque os sintomas femininos são frequentemente ignorados ou mal interpretados, um reflexo direto da centralização masculina na pesquisa médica.
Um dos pontos mais impactantes da obra é quando Bohannon explora a cesariana e suas implicações. Ela detalha como o procedimento, cada vez mais comum, tem potencial para modificar a evolução do corpo humano, especialmente em relação à estrutura pélvica feminina.
Com tudo isso, o livro é uma verdadeira provocação para reavaliarmos não apenas nossa história, mas também nossas práticas atuais em saúde e ciência. Bohannon nos lembra que, para cuidar melhor de todos os corpos, precisamos abandonar a visão estreita que coloca o masculino no centro das pesquisas científicas.