Organizadores: Alex Maniezo
Editora: Voe
Páginas: 327
Ano de publicação: 2024
Compre através deste link.
Em 1992, Helena é encontrada morta na cidade de Birigui, São Paulo. Em seu corpo é encontrada uma hóstia, mas o que a investigadora Selina busca realmente são os motivos da morte de Helena. É 1988, e um garoto mudo está na sala de aula. Helena também está lá, ainda viva. Em 1996, Regina remói esses fatos. Em 2002, um homem dava aulas de jiu-jitsu.Todas essas histórias se encontram em Meia resposta, um thriller policial que acompanha o cotidiano de cinco pessoas em cinco épocas diferentes — cada uma detém parte de um mistério, e todas têm a vida fragmentada por mortes misteriosas.Num verdadeiro quebra-cabeça, o futuro é imprevisível, mesmo que, para alguns, ele agora já seja o passado.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Meia resposta, lançado pela editora Flyve. O livro é de autoria de Alex Maniezo e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Em 1992, o corpo de Helena é encontrado em Birigui, São Paulo, com uma hóstia em suas mãos. Esse detalhe estranho é apenas a ponta do iceberg para a investigadora Celina, que se debruça sobre a vida de Helena, tentando entender o que motivou sua morte. Nisso, a investigadora conhece a nem tão pacata população de Birigui, entre eles Regina, irmã de Helena.
Entre a década de 1992 até 2002, Regina vive com esse estranho sentimento a respeito da morte de sua irmã. Afinal, alguma peça desse quebra-cabeças parece não se encaixar.
Quatro anos antes, em 1988, um garoto mudo está numa sala de aula. Helena, ainda viva, é uma presença constante. Já nesse ínterim nós conhecemos Careca, o professor de jiu-jitsu daquela pequena cidade, e também Tcheko, que acaba entrando pra esse grupo de luta da cidade.
Cinco personagens centrais em diferentes lugares no tempo, cinco perspectivas para se descobrir quem matou Helena e o que mais pode estar por trás da fachada daquela pequena cidade.
Confesso que ao começar a ler "Meia Resposta" eu fiquei meio apreensivo, isso porque a narrativa não nos entrega respostas fáceis e muito menos lineares. Esses cinco personagens que citei acima (incluindo a própria Helena) tem capítulos próprios e dividem pontos de vistas no livro; além disso, muitos deles estão espaçados por anos de distância, o que torna a leitura (principalmente no começo) um enorme quebra-cabeça.
Isso poderia ser um enorme problema, pois exige da pessoa que está escrevendo a história uma organização ímpar para deixar tudo coerente! Por sorte, Alex pareceu tomar cuidado extra em criar uma narrativa que faça sentindo e uma investigação policial que avance e surpreenda.
Celina é extremamente importante pra isso, a investigadora logo começa a se aprofundar no caso e Moisés, apelidado de Papa Mo, surge como um dos principais suspeitos. Mas suas intenções, sua relação com Helena e sua culpa, ou inocência, são questões que permanecem pendentes por muitas e muitas páginas.
Além disso, o autor coloca outros personagens que participam de um outro núcleo que divide o protagonismo com a morte de Helena: uma espécie de clube de luta ilegal na pequena cidade. Fiquei aguardando o momento em que esses pontos se conectariam e quando isso aconteceu meu queixo caiu!
O final é impactante e, confesso, que não esperava! Posso ser muito ruim em desvendar alguns casos (seria um péssimo detetive), mas realmente a revelação final me surpreendeu. Ao mesmo tempo tudo fez sentido!
Enfim, esse livro foi uma agradável surpresa, aqui temos o elemento investigativo, mas acredito que Maniezo tenha focado muito na melancolia de seus personagens, seus vícios e virtudes (e isso foi o que tornou essa narrativa tão diferente pra mim!). Fica a indicação!