Organizadores: Eliel Barberino
Editora: Independente
Páginas: 164
Ano de publicação: 2024
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Em uma cidade onde a escuridão das ruas é iluminada apenas pela simetria das luzes dos postes, Edgar, um homem marcado por traumas e desilusões, encontra-se em uma caminhada solitária que mudará sua vida para sempre. Movido por uma estranha sensação de solidão, ele entra em um bar, onde conhece Sara, uma jovem que compartilha de sua visão peculiar do mundo. Enquanto Edgar se esforça para navegar pelos desafios de sua vida cotidiana – um emprego sem perspectivas, colegas traiçoeiros e uma busca incessante por significado – ele se depara com Júlia, uma amiga de infância cuja presença traz à tona memórias dolorosas e um fio de esperança. Entre encontros fortuitos e revelações surpreendentes, Edgar se vê forçado a confrontar seu passado e decidir o rumo de seu futuro.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro O Andarilho Clemente; lançado de maneira independente. O livro é de autoria de C. H. Blacksmith e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Aqui nós conhecemos a vida de Edgar, um homem que carrega nas costas o peso de traumas e desilusões. A trama começa em uma noite comum, mas que logo se revela um divisor de águas: perdido em seus pensamentos, ele se refugia em um bar para escapar da solidão sufocante. Lá, encontra Sara, uma jovem que parece compartilhar do mesmo olhar melancólico e peculiar sobre o mundo.
Sara acabou de se mudar pra cidade e aos poucos conhece Edgar, um homem que tenta sobreviver ao caos de seu cotidiano: um emprego que o sufoca, colegas traiçoeiros e a constante sensação de estar perdido. Aos poucos, os dois começam e se envolver em uma relação e tudo vai bem, até um certo encontro com Júlia.
O reencontro com Júlia e a situação atípica (e até um pouco sobrenatural) que envolve esse momento funciona como um espelho para Edgar, forçando-o a revisitar o passado, enfrentar verdades que preferia ignorar e questionar as escolhas que o trouxeram até ali. Teria ele força o suficiente para se desprender dos traumas do passado e investir em sua relação com Sara? E quais segredos ele guarda?
Foi com essas perguntas que eu me aventurei nesse thriller com camadas de romance que é "O andarilho clemente". É uma narrativa curta, com cerca de 160 páginas que exprimem bem a natureza estranha e complexa de seus personagens. Edgar, logo de cara, é o personagem mais fascinante do livro! Conhecemos pouco dele e tudo que vimos está envolto de melancolia e trauma por conta da figura autoritária e violenta que foi seu pai.
Esse background é melhor estabelecido no decorrer da narrativa, onde Blacksmith escreve alguns capítulos que funcionam como verdadeiros flashbacks cinematográficos. Ao mesmo tempo nós conhecemos também Sara e sua mãe extremamente intolerante e religiosa. Em ambos, o sentimento de se liberdade é o mais desejado, e eu gostei muito da forma como o autor conduz isso.
A escrita equilibra melancolia e beleza de forma magistral ao colocar esses momentos mais sombrios e, ao mesmo tempo, aprofundar a relação entre os dois personagens. Além disso, o autor brinca com uma esfera sobrenatural que me prendeu muito! Durante toda a leitura fiquei criando hipóteses do que é que estava acontecendo — tanto é que fiz a leitura desse livro super rápido por conta disso.
Enfim, o final me surpreendeu muito! Não esperava que o autor fosse deixar a narrativa tão intensa e brutal! Confesso que foi uma ótima surpresa, principalmente o desfecho que casa super bem com todo o desenvolvimento de Edgar e Sara! Por fim, recomendo a todos que queiram um ótimo suspense que desenvolve bem seus personagens centrais.