Organizadores: Breno Vince
Editora: Flyve
Páginas: 341
Ano de publicação: 2024
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Enquanto mergulha na escuridão da noite em sua rota em uma noite fria e chuvosa, Eduardo se vê sentado no banco de um ônibus particularmente frio e comum em busca de respostas. Nesse quebra-cabeças que se constrói com diferentes pedaços, começo e fim se ligam em uma cidade imersa em mistérios e chuvas onde nada é tão simples quanto parece, nem mesmo escapar de um convite para uma festa. Setênflua te espera.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Sobreviventes do Silêncio, lançado pela editora Flyve. O livro é de autoria de Breno Vince e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Eduardo se lembra de pouca coisa ao acordar em um ônibus estranho. Após olhar ao redor e ver outras pessoas, o personagem tenta entender o que é que está acontecendo. Através da janela do ônibus, tudo que ele vê é escuridão e um destino incerto.
Com dificuldade em se lembrar de sua própria identidade suas memórias parecem um tanto confusas, tudo que ele consegue se lembrar naquele momento é sobre uma festa que poderia trazer o seu fim. Festa essa da qual ele estava indo naquele exato momento e que não saberia se iria sair dela com vida.
Uma coisa que eu gostei muito em "Sobreviventes do silêncio" é que o livro te proporciona uma verdadeira experiência literária não linear e que, no começo, não faz muito sentido.
Isso porque o próprio personagem não entende o que está acontecendo! Entre mensagens macabras em seu celular e fluxos de memórias pouco constantes, acompanhamos a jornada de Eduardo no decorrer do tempo e no decorrer de suas próprias memórias conforme avançamos na leitura desse livro.
Ao começar a ler "Sobreviventes do silêncio", tinha comentado nos stories no Instagram que esse ritmo pouco linear estava me deixando um pouco confuso, mas curioso entender mais sobre as peças que moviam esse enorme quebra-cabeça. Breno vem se consegue fazer uma trama que ao mesmo tempo nos atiça e nos provoca com um suspense muito bem articulado e um personagem que é um enigma.
Talvez um dos maiores mistérios desse livro seja a festa quintal da qual Eduardo foi chamado. Os capítulos variam entre sonhos, divagações, momentos que nem sequer parecem reais e a chegada de Eduardo a essa misteriosa cidade de Setênflua!
Entre fotografias que sangram, lutas contra o próprio silêncio e um ônibus frio em uma estrada nebulosa, o clima que Breno cria para sua história é melancólico e muito intimidador.
A respeito do final do livro, tudo começa a fazer sentido a partir do terceiro ato conforme o próprio Eduardo entende mais sobre o lugar para onde está indo e as consequências dessa festa, ao mesmo tempo em que um clímax é estabelecido nas páginas finais. Esse é o primeiro trabalho literário de Breno, mas parece que sua escrita já é madura o suficiente para nos proporcionar um suspense de grande magnitude que seja bem amarrado.
Eu gostei muito e talvez essa seja uma leitura ideal para quem gosta de um bom suspense da qual o leitor precisa fazer um trabalho de investigador para entender mais a respeito da história.