12 de janeiro de 2025

RESENHA: O VISCONDE DE BRAGELONNE

 


Organizadores:  Alexandre Dumas 
Editora:  Zahar
Páginas:  600
Ano de publicação: 2024
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Trinta anos se passaram na vida de D’Artagnan, Aramis, Porthos e Athos, o quarteto mais famoso da literatura ocidental, desde os eventos ocorridos em Os três mosqueteiros. Com os protagonistas mais maduros e, ao mesmo tempo, cada vez mais melancólicos e nostálgicos numa sociedade em que os valores medievais estão em declínio com a ascensão da lógica burguesa, o primeiro volume de O visconde de Bragelonne traz um ar novo com a entrada do jovem Raoul, filho bastardo de Athos.Na despedida de uma das sagas mais longevas e memoráveis de todos os tempos, novos conflitos, reviravoltas, anseios e disputas entram em cena. Como o envolvimento do visconde com Louise de La Vallière, sobretudo numa época em que o destino das nações está em jogo, mas cujos rumos são tantas vezes decididos a partir de intrigas, fofocas, rixas e conchavos, ironizados por Alexandre Dumas. Com tradução, apresentação e notas de Jorge Bastos, este é o fim de uma saga que nunca verdadeiramente acabou, cujo lema “Um por todos, todos por um” permanece vivo na cultura ocidental.


Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro O visconde de Bragelonne: edição comentada, lançado pela editora Zahar. O livro é de autoria de Alexander Dumas e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.

Sempre fui muito fã de Alexandre Dumas, autor de livros icônicos como "O conde de Monte Cristo" e "Os três mosqueteiros", é em "O Visconde de Bragelonne", que o autor cria uma despedida digna de seu inesquecível, agora quarteto, de mosqueteiros, mas desta vez com uma dose de melancolia e reflexão que poucos imaginariam para aqueles heróis que um dia simbolizaram a juventude, a bravura e o idealismo. 

A história se passa trinta anos após os eventos de "Os Três Mosqueteiros", e o cenário é uma França que abandona o espírito medieval para abraçar uma nova lógica, em um período marcado pela ascensão da burguesia e pela complexidade das disputas palacianas.

Este volume nos apresenta Raoul, o visconde de Bragelonne, filho de Athos, que surge como uma representação de uma nova geração que tenta trilhar seu próprio caminho em meio aos ecos das glórias passadas. Raoul não é apenas um novo mosqueteiro, mas uma ponte entre o velho e o novo, alguém que carrega o peso do legado de seu pai enquanto enfrenta os desafios e as desilusões de seu próprio tempo. 

O envolvimento romântico com Louise de La Vallière adiciona um toque de intensidade e drama pessoal à narrativa, especialmente quando somos lembrados de que, para Dumas, o amor e a honra são tão voláteis quanto as intrigas políticas.

A força de "O Visconde de Bragelonne" reside não só na construção dos personagens amadurecidos, mas também na forma como Dumas capta a decadência de uma era e o anseio por novos significados. Os diálogos entre os personagens, em especial, exalam um tom de saudade e resignação, algo quase poético, que revela o olhar de um autor que conhece bem as fragilidades humanas e o peso das escolhas.

Dumas continua hábil em sua crítica mordaz à nobreza e ao sistema político, entregando uma trama cheia de reviravoltas, intrigas e traições, onde os destinos são decididos tanto em batalhas quanto em sussurros e conchavos. Em uma sociedade que agora valoriza menos os heróis românticos e mais os pragmáticos, a máxima “um por todos, todos por um” parece uma relíquia. E, mesmo assim, Dumas sugere que os valores dos mosqueteiros — amizade, lealdade e coragem — transcendem seu próprio tempo, tornando-os imortais.

Esta tradução cuidadosa de Jorge Bastos é um convite à redescoberta de uma saga que, apesar de concluir a jornada de D’Artagnan e seus amigos, permanece viva no imaginário cultural. "O Visconde de Bragelonne" não é apenas uma conclusão, mas uma reverência ao espírito que Alexandre Dumas infundiu em cada linha dessa história, lembrando-nos de que a amizade e a honra podem sobreviver ao passar do tempo, mesmo em um mundo em transformação.


 

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Leonardo Santos



Olá leitories! Meu nome é Leonardo Santos, tenho 28 anos, sou de São Paulo mas atualmente estou em Guarulhos cursando Letras! Minha paixão pela leitura começou desde muito cedo, e é um prazer compartilhar minhas leituras e experiência com vocês!

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