RESENHA: AS NUANCES DO AMOR

 

Organizadores:  Bruna Esteves 

Editora: Versiprosa

Páginas: 93

Ano de publicação: 2024

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Há momentos na vida em que ficamos anestesiados com a diversidade de surpresas que encontramos pelo caminho. São presentes que a vida oferece. Às vezes, temos a oportunidade de abri-los cuidadosamente, esperando encontrar a felicidade. Em outras, o presente já vem desembalado sem nenhuma expectativa, entregue em nossas mãos com frieza e sem nenhum cuidado. E, mesmo assim, o recebemos com o coração dilacerado por dentro.Não é fácil aceitar o peso que carregamos ao receber surpresas inesperadas, mas é assim que a vida funciona, um dia após o outro. Uma notícia de cada vez. E cabe a nós, meros mortais, enfrentar as dificuldades que nos são impostas. O segredo é enxergar além do que se vê. É se permitir sentir além do que o sofrimento permite. E acima de tudo, acreditar que milagres existem.

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro As nuances do amor, lançado pela editora Versiprosa. O livro é de autoria de  Bruna Esteves e a resenha foi escrita por Leonardo Santos. 

Eu nunca tinha lido nada da Bruna antes de mergulhar nas páginas de "As Nuances do Amor",. A antologia, que se apresenta como uma coleção de crônicas, é um convite para explorar as múltiplas faces desse sentimento tão universal e, ao mesmo tempo, tão complexo. No começo eu fiquei com medo de ser um livro super romântico e etc, mas fiquei bem surpreso ao ver que Bruna não romantiza o amor; ela o desnuda, revelando suas luzes e sombras, suas promessas e desilusões.  

"O amor, ao mesmo tempo que eleva o ser, amaldiçoa os corações daqueles que amam e os envenena com românticas promessas. No final de tudo, nos damos conta de que promessas eram apenas promessas. E nos damos conta de que a gravidade nunca deixou de agir."

Quando recebi o livro em mãos, confesso que fiquei curioso. Afinal, como uma única obra poderia capturar todas as nuances de algo tão vasto e subjetivo quanto o amor? Por sorte, as reflexões que compõem esse livro são maravilhosas e vão muito além de uma paixão superficial, ela nos faz pensar em como relacionamentos podem ser complexos e, algumas vezes, podem nem dar certo. 

 "Os olhos do homem que amo não me veem. Essa é a mais pura verdade. Dentro de mim existe uma mulher que aspira a fortes emoções, desejos. A amor, romance. Eu amo meu amor, mas o amor não me ama do jeito que desejo. Sinto-me incompleta."

Eu AMEI esse trecho, acho que ele encapsula a dor do amor não correspondido, uma sensação de vazio que ressoa em qualquer um que já amou sem ser amado da mesma forma. O que temos não é uma simples descrição dessa dor, mas sim uma perspectiva, mostrando como ela pode ser tanto uma ferida quanto um catalisador para o autoconhecimento.  

A saudade também é um tema recorrente. Em uma das passagens que eu grifei, ela, Esteves escreve: 

"A solidão bate à minha porta toda vez em que o procuro durante a noite e me deparo com uma cama completamente vazia, sem o seu corpo quente para me aquecer. E fico pensando no porquê de você não estar presente quando mais preciso."

Mas nem tudo é dor e desespero. Em meio às sombras, Bruna Esteves também nos presenteia com lampejos de esperança e conexão humana. Em uma das crônicas, ela reflete sobre a amizade.

"Entre idas e vindas, nos deparamos com pessoas altamente dispostas a compartilhar um pouco de si e, com isso, acabamos tangendo seus mundos e descobrindo que a vida é uma constelação infinita de estrelas."

 Essa metáfora da vida como uma constelação reforça a ideia de que, mesmo nos momentos mais sombrios, estamos conectados a outros seres humanos, cujas histórias se entrelaçam com as nossas de maneiras inesperadas e profundas.  

O que mais me impressionou em "As Nuances do Amor" foi a capacidade da autora de equilibrar a leveza e a profundidade. Ela não tem medo de explorar temas difíceis, como a indiferença, a solidão e o desamor, mas também nos oferece momentos de esperança e conexão. Essa mensagem de resiliência é o que torna o livro tão especial. Bruna Esteves não nos oferece respostas fáceis, mas nos convida a refletir sobre nossas próprias experiências com o amor — seja ele correspondido ou não, duradouro ou efêmero.