Organizadores: Homero, Wilson Alves Ribeiro Jr.
Editora: Unesp
Páginas: 576
Ano de publicação: 2010
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Esta edição bilíngue dos hinos homéricos destina-se a todos aqueles que se interessam por Mitologia, Religião, Língua, Literatura da Grécia Antiga e Antropologia. Todos os esforços foram envidados para que tanto a tradução dos hinos quanto os estudos sobre as divindades gregas homenageadas ficassem também ao alcance do leitor culto, de amplos interesses humanísticos, que já sabe (ou pelo menos desconfia) que a mitologia grega é muito mais que uma simples coleção de antigas lendas sobre deuses e heróis da Grécia Antiga.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Hinos Homéricos, lançado pela editora Unesp. O livro é de autoria de Homero, foi organizado por Wilson A. Ribeiro Jr. e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Bom, pra começar eu estudo muito textos antigos. Parte da minha faculdade foi focada nos estudos de textos clássicos e suas incontáveis recepções ao longo dos séculos. Por isso, fiquei muito feliz ao encontrar esse livro no acervo da editora UNESP, isso porque ele é uma contribuição indispensável aos estudos clássicos no contexto brasileiro. Ao reunir os 24 hinos atribuídos à tradição homérica.
Esses textos, compostos entre os séculos VII e VI a.C., ocupam um lugar singular na literatura grega antiga, funcionando tanto como expressões devocionais quanto como testemunhos da interação entre poesia, ritual e mitologia. Ribeiro Jr., ao enfrentar os desafios linguísticos e estilísticos inerentes a esses poemas, oferece uma versão em português que equilibra fidelidade ao original e clareza contemporânea, evitando arcaísmos excessivos sem comprometer a cadência ritualística que caracteriza os hinos.
O trabalho tradutório é acompanhado por um aparato crítico robusto, no qual as notas explicativas esclarecem termos ou referências obscuras ou que possam soar ambíguas, situando cada hino em seu contexto cultural e religioso, explorando paralelos com a épica homérica e hesiódica, e discutindo variantes textuais com base em manuscritos antigos.
No Hino a Apolo, por exemplo, as anotações elucidam a geografia sagrada de Delfos ao mesmo tempo em que problematizam a ambiguidade do deus como figura simultaneamente pacificadora e violenta, articulando diálogos com a bibliografia especializada. Esse cuidado em vincular o conteúdo poético a debates acadêmicos atualizados revela a profundidade da pesquisa subjacente à edição!
O livro tem muito material extra: lista de imagens, mapas, um prefácio que aborda questões centrais para a compreensão dos hinos... Realmente o conteúdo desse livro é um material completo para aqueles que querem conhecer mais sobre os hinos antigos ou então que estudam na área.
A edição, tecnicamente impecável, segue critérios editoriais precisos, optando pela preservação dos nomes gregos das divindades — em detrimento de suas versões latinizadas —, decisão que reforça a autenticidade do projeto. A organização dos hinos segue a ordem canônica, agrupando-os conforme as divindades homenageadas, o que facilita consultas temáticas sem descuidar da coesão do conjunto.
A inclusão de uma bibliografia abrangente, que mescla fontes primárias e estudos recentes, consolida o livro como referência para pesquisadores, ao mesmo tempo em que sua prosa acessível o torna atraente a um público mais amplo, interessado em mitologia ou religião antiga.