30 de março de 2025

ENTREVISTA COM MARCINHO DOS SANTOS




Olá pessoal do Porão Literário! Hoje vou compartilhar com vocês uma entrevista feita com Marcinho dos Santos o, autor de "As árvores clamadoras"

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1. A vingança de Celso Aparecido é o ponto de partida do enredo. Como você construiu esse personagem e sua motivação para que ele fosse mais do que um simples antagonista?

R: A primeira coisa que surgiu na minha cabeça foi o sobrenatural de árvores clamando. A partir daí, idealizei Celso. Quando crio uma história, já determino seu começo, seu meio e seu fim. É fundamental isso; senão, você nunca consegue terminar um livro. E fui montando o quebra-cabeça. Como o hábito da leitura estimula a criatividade, em minutos desenvolvi todo o desfecho: o Celso vai ser um bandido, quer vingança por ter sido preso, vai matar pessoas e, previamente (como uma espécie de "preparação"), acontecem fenômenos espirituais que, a partir daí, fazem as árvores se manifestarem em forma de clamor. E o restante da história já conhecemos.


2. O sobrenatural surge de forma inesperada na trama, especialmente com o mistério das árvores clamadoras. Como foi o processo de equilibrar o suspense psicológico com os elementos espirituais da história?

R: Não parando de escrevê-la (a história). O "frescor" do enredo precisa estar "quente" na sua imaginação. Ou, pelo menos, (se ficar uma ou duas semanas sem escrever), procurar não "matar" esse "frescor" com esse "quente" na sua mente. Se eu parasse, ficando um ou dois ou quatro meses sem escrever a história e voltasse depois (como eu poderia, sem problema nenhum), talvez ela não tivesse a intensidade que teve, tem e sempre terá ao lê-la. As diversas opiniões das pessoas sobre o livro são de que a história não faz você parar de ler, porque o ritmo da narrativa é extremamente vigoroso, agitado e dinâmico. Muito provavelmente, foi escrevendo sem parar que se alcançou o equilíbrio do suspense psicológico com os elementos espirituais da narrativa que você mencionou na pergunta.


3. O desaparecimento de Augusto e Pedro marca uma virada na narrativa. Quais foram seus momentos preferidos em escrever essa história e quais foram as principais referências?  

 
R:  Todos os momentos foram muito legais de escrever. A arte de escrever é um prazer inenarrável. Os 9 capítulos foram e são superespeciais para mim. De referências, temos o capítulo 5 (O K2 e o Spirit Box). Eu sigo no YouTube canais "sobrenaturais" como Chamos, Caçadores das Sombras, Memória Sobrenatural, etc. Esses e muitos outros canais usam esses dois aparelhos para tentar se comunicar com possíveis entidades. Inserir essa prática desses canais nesse capítulo em específico foi uma influência e inspiração para mim (os canais). Mas o curioso é que, em meio a tantas coisas faladas do livro, até agora, ninguém comentou sobre essa parte da narrativa. Eu achei que fosse ser um dos pontos de comentários das pessoas, só que não (risos). E assim, eu sou cristão. Independentemente disso, me considero um escritor independente, ou seja, eu escrevo sobre qualquer coisa, qualquer temática. Eu não sou espírita e, óbvia e consequentemente, não conheço a fundo a doutrina dessa religião. Até acredito que alguns dos acontecimentos espirituais e sobrenaturais que ocorreram no livro sejam puramente fantasiosos da minha parte, não fazendo parte do real universo espírita. Tanto que a história é puríssima ficção, surgida da minha cabeça, não fazendo parte da realidade, salvo as meras coincidências que ali estiverem.

4. Com apenas 60 páginas, a história se assemelha a um conto longo. Você sempre teve a ideia da história ser contada dessa forma?

R: Não. Tanto que a história não tem uma classificação 100% definitiva. Ela pode ser um conto, uma novela, um romance policial, uma crônica (questionando a eficácia do sistema de segurança e a religião) ou até mesmo religiosa. Para quem escreve histórias, sabe que, no decorrer da escrita, são os personagens que tomam conta e determinam a condução da narrativa. É maravilhoso isso. Mas, claro: paramos para interferir, mexer, alterar, excluir, acrescentar, deletar um capítulo inteiro que não ficou bom, etc. Fora isso, a condução deles sempre acho incrível. Recomendo a prática da escrita dos personagens conduzirem sua história.


5. A presença das árvores como entidades adiciona um aspecto simbólico muito importante para a narrativa. Em sua percepção, qual o significado delas dentro da história e como elas surgiram na sua concepção do livro?

R: Eu participo de um grupo no Facebook chamado "Contos Sobrenaturais" há um bom tempo. Nele, pessoas publicam acontecimentos sobrenaturais vividos por elas. Outros postam teorias da conspiração, envolvendo a temática espiritual e sobrenatural. Também é possível postar contos sobrenaturais fictícios no grupo. Eu estava com a vontade de criar algo ficcional que envolvesse o espiritual e o sobrenatural para publicar naquele grupo. Queria criar algo diferenciado que mexesse com os membros. Então, logo veio à minha imaginação uma árvore gemendo de dor. Seria uma história de um viajante que passava por uma floresta e que havia uma árvore gemendo próxima a uma casa abandonada. Aí eu iria colocar fantasmas e vultos aparecendo para esse viajante dentro da casa abandonada. Um bom autor, para enriquecer sua história, recorre a dicionários e a sinônimos para não deixar seu texto empobrecido, sempre com as mesmas palavras. De "gemendo", fui para a palavra "clamando". De "clamando", veio "clamor", "clamoroso" e, por fim, "clamador". Deixei a palavra no feminino e no plural, e ficou "clamadoras". Essa palavra enriqueceu meu vocabulário, pois eu nunca a havia utilizado na minha vida. Com os elementos narrativos sendo desenvolvidos, o significado delas foi o ponto de apogeu para a história. A primeira coisa que surgiu foi justamente "árvore clamadora". Com a existência da árvore clamando, foi que criei o resto. Retirei o viajante, a floresta e a casa abandonada e criei o Celso. A ideia de querer publicar no grupo também foi descartada, porque, para o grupo, a história com 60 páginas seria longa demais. Ali, as histórias precisam ser bem mais curtas para chamar a atenção daquele grupo de membros. E é curioso: como livro, as pessoas consideraram a história curta; numa página de grupo do Facebook, seria muito longa.

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Leonardo Santos



Olá leitories! Meu nome é Leonardo Santos, tenho 28 anos, sou de São Paulo mas atualmente estou em Guarulhos cursando Letras! Minha paixão pela leitura começou desde muito cedo, e é um prazer compartilhar minhas leituras e experiência com vocês!

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