Organizadores: H. P. Lovecraft & Gou Tanabe
Editora: JBC
Páginas: 172
Ano de publicação: 2024
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Três contos do grande mestre do terror, H.P. Lovecraft, são adaptados magistralmente para os mangás por Gou ,. Maldições, estranhas criaturas, espíritos e lendas assombram os protagonistas de “O Templo”, “O Cão de Caça” e “A Cidade sem Nome”.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro H.P. Lovecraft - O cão de caça e outras histórias lançado pela editora JBC. O livro é de autoria de H. P. Lovecraft & Gou Tanabe e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
H.P. Lovecraft - O Cão de Caça e Outras Histórias, adaptado para mangá por Gou Tanabe, traz três dos contos mais famosos do mestre do terror cósmico. Tanabe, com sua habilidade em narrativas gráficas, consegue capturar toda a atmosfera de horror psicológico e mistério característica de Lovecraft, com uma adaptação visual que dá vida a criaturas grotescas, cenários insólitos e uma sensação constante de desespero.
O primeiro conto da obra, "O Templo", coloca o protagonista em uma jornada em que ele é confrontado com uma maldição ancestral e a presença de entidades malignas imortais. A história fala sobre a destruição de um navio alemão e o fato de os tripulantes do navio estarem imersos em uma missão que os leva a um local sinistro e envolto em uma aura de mistério e terror.
A partir do momento em que o marinheiro mergulha nas águas do Templo, ele entra em um espaço amaldiçoado, e a tensão no mangá cresce de maneira eficaz, com o ilustrador Tanabe trazendo um tom macabro que se estende até as ilustrações das criaturas deformadas e da atmosfera claustrofóbica do ambiente. O terror do desconhecido é claramente destacado, transmitindo uma sensação crescente de medo.
Em "O Cão de Caça", o protagonista é engolido por sua obsessão com um cão monstruoso que aparece misteriosamente em sua vida. Logo, o suspense e a obsessão começam a se expandir, e a tragédia do homem é trazida à tona conforme ele se vê cada vez mais emaranhado com o horror.
Tanabe expressa com destreza o tormento interno do protagonista através das suas ilustrações detalhadas, onde o tema central da insanidade surge com força através da crescente perseguição pela entidade canina. Como em muitos dos trabalhos de Lovecraft, a busca desesperada pela resposta a um enigma cósmico não apenas desafia a mente do protagonista, mas também mergulha o leitor no mesmo labirinto de agonia e terror inevitável.
Por último, "A Cidade Sem Nome", que encerra o volume, nos transporta para uma experiência surreal e bizarra onde a perda de controle sobre a realidade e o mergulho no desconhecido se tornam os maiores inimigos. O horror nesta história vem de lugares que sequer o próprio protagonista pode compreender completamente, o que é perfeito para a adaptação gráfica de Tanabe, que utiliza cada quadro e cada cenário de forma meticulosa para criar um ambiente absolutamente perturbador e atemporal.
A adaptação do trabalho de Lovecraft para o mangá poderia, a princípio, parecer desafiadora devido à carga literária e atmosférica dos contos originais, mas Gou Tanabe é habilidoso ao capturar a essência de cada história. Sua técnica artística é espetacular, pois se encaixa perfeitamente com a tensão e os temas de medo e loucura.
O uso de sombras, detalhes góticos e uma narrativa visual profunda fazem com que o mangá seja uma experiência imersiva, onde o som e o próprio espaço são feitos de uma opressiva silenciosa presença, que reflete a natureza invisível dos horrores lovecraftianos.