Organizadores: Hitoshi Iwaaki
Editora: JBC
Páginas: 288
Ano de publicação: 2024
Compre através deste link.
Em meio à busca de Shinichi para entender melhor sua relação com Miggy e as intenções dos chamados "Parasitas" na sociedade humana, sua família acaba se envolvendo em um incidente com um indivíduo parasitado. Com seu pai hospitalizado e sua mãe desaparecida, Shinichi precisa resolver suas pendências com sua família e suas emoções enquanto compreende melhor a natureza dos seres estranhos que dominam os corpos de seres humanos.
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Parasyte Full Color Vol. 02 lançado pela editora JBC. O livro é de autoria de Hitoshi Iwaaki e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.
Parasyte Vol. 2, de Hitoshi Iwaaki, continua a história de Shinichi e sua convivência com Miggy, o parasita que invadiu seu braço direito, transformando a vida do jovem em uma luta constante entre a humanidade e a monstruosidade. Após o término da primeira parte, onde os Parasitas e seus efeitos são apresentados, a trama agora se aprofunda nas consequências pessoais de Shinichi e os impactos disso em seu entorno.
O mangá dá sequência a essa relação entre Shinichi e Miggy, mas agora há um enfoque maior nas implicações emocionais e na complexidade do vínculo entre os dois. Shinichi é forçado a confrontar suas próprias transformações, tanto físicas quanto psicológicas, enquanto continua lidando com a cada vez maior dissociação entre sua identidade humana e a necessidade de coexistir com um ser alienígena.
É aqui que "Parasyte Vol. 2" vai além da ação e do horror, explorando com profundidade o dilema existencial de Shinichi. Ele começa a questionar sua humanidade, seus valores, o que realmente significa ser humano e até onde está disposto a ir para sobreviver em um mundo invadido por criaturas com intenções desconhecidas.
O incidente envolvendo sua família é uma virada crucial no enredo. Após a invasão de um parasita em um membro da sua família, Shinichi se vê dividindo sua atenção entre a necessidade urgente de salvar seus entes queridos e sua luta interna contra a monstruosidade que vem sendo forjada nele ao longo dos últimos eventos.
O mangá consegue criar uma atmosfera de tensão constante, onde as perdas são reais e não há promessas de felicidade ou salvação fácil, algo que é particularmente marcado pela cena em que seu pai é hospitalizado enquanto sua mãe desaparece de forma misteriosa. Shinichi não é apenas um garoto que luta contra parasitas, mas um personagem profundamente tocado pela dor e pela culpa da impotência.
As consequências desses eventos são devastadoras e não há heroísmo tradicional ou soluções fáceis. Shinichi vai se distanciando cada vez mais dos outros humanos ao seu redor e se envolvendo ainda mais no conflito com os Parasitas, seres alienígenas que começaram a ocupar corpos humanos. E como seus rivais Parasitas se revelam mais ameaçadores e letais, a obra traz uma certa reflexão cruel sobre a fragilidade humana e o que ocorre quando esse ciclo de sobrevivência encontra entidades que se adaptam e evoluem rapidamente.
A arte de Hitoshi Iwaaki neste volume segue imersiva e sombria, criando cenas que são ao mesmo tempo grotescas e poéticas. Seus desenhos conseguem retratar a tensão e a violência de maneira impactante, criando o contraste entre as formas humanas ainda reconhecíveis e a monstruosidade das criaturas alienígenas que surgem. Os Parasitas são todos representados com um nível detalhado de distorção, mas ao mesmo tempo, como figuras insidiosas que começam a assumir uma posição de poder na sociedade.